O advogado Raul Soares da Veiga, que representa o empresário Avelino Farinha no processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira, insistiu hoje que “a decisão correta” é não aplicar qualquer medida de coação detentiva ao seu cliente.
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no Campus de Justiça, em Lisboa, onde esta manhã continuou o interrogatório a Avelino Farinha, o advogado disse aos jornalistas que o que mais o preocupa neste momento são as medidas de coação que venham a ser aplicadas, mas disse esperar que não lhe seja aplicada qualquer medida privativa de liberdade.
“Espero e acho que a decisão correta é ficar em liberdade. Também espero que o Ministério Público, depois de ouvir tudo, também seja o primeiro a promover isso”, disse Raul Soares da Veiga.
O interrogatório de Avelino Farinha recomeça às 14:00, adiantou ainda o advogado.
O empresário madeirense começou a ser ouvido no TCIC na tarde de sexta-feira, pelas 15h:30, tendo o interrogatório sido suspenso pelas 16:40.
Antes do início da inquirição de Avelino Farinha foi concluído o interrogatório do empresário Custódio Correia, o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, que tinha começado a ser ouvido pelo juiz de Instrução Criminal na quarta-feira à tarde.
O último dos três arguidos a ser interrogado será o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD).
Só no final de todos os interrogatórios serão conhecidas as medidas de coação.
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a Polícia Judiciária deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.