“O Brasil quer liderar uma iniciativa global sobre florestas. Estamos conversando com países que possuem grandes áreas florestais para poder definir uma meta para reduzir a perda de florestas em termos globais”, disse Marina Silva, numa sessão do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, dedicada ao Brasil.
A líder ambientalista aproveitou o seu discurso para defender a proposta brasileira de que países que ainda possuem grandes áreas florestais negoceiem um acordo para proteger as florestas e definam metas para reduzir a desflorestação.
A ministra disse que, após quatro anos de políticas ambientais questionáveis, o novo Governo brasileiro liderado pelo Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva já está adotando as medidas necessárias para cumprir as metas a que se comprometeu, entre as quais reduzir a zero a desflorestação da Amazónia até 2030.
Marina Silva lembrou, porém, que cumprir esses compromissos não é responsabilidade apenas do Brasil, mas de todo o mundo, e que não adianta o seu país garantir a preservação da Amazónia se outros países não cumprirem a sua parte.
“Nosso compromisso é fazer o Brasil passar de uma economia intensiva em carbono para uma economia de baixo carbono, e essa transição energética exige investimentos”, afirmou.
A ministra brasileira salientou que a decisão do Governo brasileiro de indicar a cidade amazónica de Belém como sede da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) é uma demonstração do compromisso do Brasil com a proteção da Amazónia, mas também uma oportunidade de mostrar que a preservação não é apenas uma responsabilidade local.
“Precisamos de parcerias, precisamos de cooperação tecnológica, mas precisamos principalmente que cada um faça a sua parte. Podemos reduzir a zero o desflorestamento da Amazónia, mas se todos continuarem emitindo gás carbónico e usando combustíveis fósseis, a Amazónia será destruída para sempre de qualquer maneira", frisou a governante brasileira.
Nesse sentido, Marina Silva concluiu lembrando o compromisso não cumprido dos países desenvolvidos de contribuir com 100 milhões de dólares por ano a partir de 2020 para ajudar os países mais pobres a se prepararem para as mudanças climáticas.
Lusa