Em declarações reproduzidas na conta oficial de Instagram da Liga inglesa de futebol, o ‘astro’ português explica que ama o emblema e os adeptos, e que isso “nunca mudará”.
“Parece-me a altura ideal para procurar um novo desafio. Desejo ao Manchester United tudo do melhor”, pode ler-se na mensagem.
O clube anunciou hoje a rescisão com o avançado de 37 anos, que se encontra no Qatar para representar Portugal no Mundial2022, por mútuo acordo e “efeitos imediatos”.
“Cristiano Ronaldo vai deixar o Manchester United, por acordo mútuo, com efeitos imediatos. O clube agradece-lhe a sua imensa contribuição ao longo de duas passagens por Old Trafford, com 145 golos em 346 jogos, e deseja-lhe, e à sua família, tudo de bom para o futuro”, escreveram os ‘red devils’, num curto comunicado hoje divulgado.
Antes de se juntar à seleção portuguesa, que está no Qatar para disputar o Mundial2022, o capitão da equipa das ‘quinas’ deu uma entrevista em que criticou longamente o clube, o treinador, Erik ten Hag, e revelou sentir-se “traído” e desrespeitado naquele emblema, ao qual regressou em 2021, após uma primeira passagem (2003-2009), já depois de representar Real Madrid e Juventus.
“Toda a gente no clube continua focada em continuar o progresso da equipa com Erik ten Hag e em trabalhar em conjunto para conseguir sucesso nos relvados”, pode ler-se na nota.
O Manchester United, no qual alinham aida os lusos Diogo Dalot e Bruno Fernandes, tinha dito já, em comunicados anteriores, estar a estudar os “passos apropriados” para responder às declarações de Ronaldo, numa entrevista lançada na semana passada, aos poucos, e que se seguiu a meses conturbados naquele emblema.
A segunda e última parte da entrevista de Cristiano Ronaldo ao jornalista inglês Piers Morgan foi transmitida em 17 de novembro.
“Não sei se devia dizer isto, mas não me importa. As pessoas deviam ouvir a verdade: sim, senti-me traído, e senti que algumas pessoas não me queriam cá não só esta época, mas também na última”, declarou Ronaldo.
Segundo o avançado, de 37 anos, “não é só o treinador”, Erik ten Hag, a não querer o jogador no plantel, mas também “dois ou três no clube”, clarificando, depois, que se referia a administradores e reforçando que se sentiu “traído”.
O avançado ficou de fora dos últimos dois jogos dos ‘red devils’ e encontra-se no Qatar para ‘capitanear’ a seleção portuguesa.
Ao todo, soma esta época 16 jogos e três golos pelo clube inglês, depois de, em 2021/22, época de regresso a Manchester, ter conseguido 24 golos em 38 encontros.
Na longa entrevista, declarou não ter respeito pelo treinador, por considerar que este não o respeita.
Esta tem sido uma época ‘problemática’ para o ‘astro’ madeirense, que regressou ao United, em que jogou primeiro entre 2003 e 2009, após passagens no Real Madrid (2009-2018) e na Juventus (2018-2021), tendo começado a carreira no Sporting.
No verão, a sua possível saída do clube foi o principal tema de discussão do mercado de transferências e, quando não se concretizou, prometeu que daria uma entrevista para esclarecer o assunto.
Desde então, a sua atuação nos relvados tem sido intermitente, entre a titularidade, o banco de suplentes e a ausência dos convocados, como quando foi afastado dos treinos da primeira equipa por abandonar um jogo ainda a decorrer, tendo-se recusado a ser suplente utilizado.
Com 191 jogos pela seleção principal de Portugal, e 117 golos, junta-lhes 145 tentos pelo Manchester United, em 346 partidas, 451 pelo Real Madrid, em ‘apenas’ 438 encontros, e cinco pelo Sporting, em 31 jogos.
Cristiano Ronaldo deverá liderar Portugal no seu jogo de estreia do Grupo H do Mundial, na quinta-feira, diante do Gana, no Estádio 974, em Doha.