Momentos antes do bispo de Leiria-Fátima fazer a intervenção final na missa internacional, perante cerca de 150 mil peregrinos – segundo dados adiantados pelo Santuário -, Carlos Cabecinhas deu a conhecer aos fiéis a entrega do documento hoje, no Vaticano, ao prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, em Roma, o que representando “mais um passo” no processo de beatificação e canonização da vidente de Fátima.
O reitor recordou que a Irmã Lúcia de Jesus se considerava “a primeira peregrina de Fátima”, tendo sido sempre uma “presença discreta” nos dias de peregrinação internacional.
“Foi entregue esta manhã, no Dicastério para as Causas dos Santos, em Roma, a ‘Positio Super Vita, Virtutibus et Fama Sanctitatis’ do processo de beatificação e canonização da Serva de Deus Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado”, refere uma nota do Santuário de Fátima distribuída à comunicação social.
Trata-se de um volume que contém a biografia da irmã Lúcia feita a partir dos documentos recolhidos na fase diocesana do processo (que decorreu na Diocese de Coimbra entre 2008-2017), a ‘Informatio’ que descreve as virtudes vividas pela vidente, “bem como, o elenco dos depoimentos das testemunhas, o seu diário e outros documentos inéditos, considerados relevantes no processo”.
“A ‘Positio’ vai agora ser lida por um conjunto de nove teólogos que emitirão o seu parecer, no Congresso dos Consultores Teólogos”, congresso que vai elaborar a “Relação final, que resume o itinerário interior de Lúcia, as características e traços da sua santidade e os elementos necessários para que se possa afirmar que praticou as virtudes em grau heroico”.
O santuário adianta que “a Relação final será, seguidamente, levada à Sessão Ordinária dos Bispos e Cardeais membros do Dicastério para as Causas dos Santos, onde um bispo ou cardeal, nomeado pelo Prefeito como ponente, preparará o voto escrito da sessão”, voto que será apresentado ao Papa em audiência, que “decidirá sobre a promulgação do Decreto sobre as Virtudes Heroicas”.
“A partir desse momento a irmã Lúcia deixará de ser considerada Serva de Deus e passará a ser designada como Venerável”, acrescenta, esclarecendo que “para as etapas de beatificação e canonização é necessário, ainda, a aprovação do respetivo milagre”.