Filipe Nyusi e António Costa participaram hoje na abertura do Fórum de Negócios e de Investimentos que decorre à margem da V Cimeira Luso-Moçambicana, depois de terem visitado esta manhã três pavilhões da FACIM (Feira Internacional de Maputo), incluindo expositores portugueses.
Na sua intervenção, o Presidente da República de Moçambique disse que a realização deste fórum tem como objetivo aproximar os empresários dos dois países e facilitar as oportunidades de negócio, numa “cooperação que se quer mutuamente benéfica”.
Filipe Nyusi lamentou a revisão em baixa das “boas perspetivas de uma rápida e robusta recuperação económica”, mas destacou a “introdução de um pacote de 20 medidas de estímulo à economia” no país.
“As economias dos nossos países têm um grau elevado de complementaridade”, salientou, apontando que “Portugal está entre os dez maiores investidores e Moçambique”.
Considerando que “mais pode ser feito”, Nyusi afirmou que as empresas portuguesas “evidenciaram competências” em setores como a banca, construção ou turismo.
“Ao setor privado de Portugal, convidamo-lo a explorar a língua que nos une” e explorar as potencialidades de Moçambique, como a “localização, as condições climatéricas favoráveis e a longa costa marítima”, transformando “os recursos existentes em riqueza”.
Apontando que estão em causa “vantagens mútuas”, o chefe de Estado instou também os empresários de Moçambique a “realizar parcerias com o setor privado de Portugal”.
Numa conferência de imprensa após a abertura do fórum, Filiipe Nyusi manifestou a intenção de o país ter uma posição de “facilitador da economia”.
No seu discurso, o primeiro-ministro António Costa assinalou que os investimentos portugueses que já estão em curso em Moçambique, apontando que são “mais de 500 empresas” no país e que há “1.500 empresas portuguesas a exportar para Moçambique”.
“As empresas portuguesas não estão em Moçambique de passagem, estão há muito tempo e têm estado em todas as horas, nas horas difíceis e nas horas promissoras”, afirmou.
António Costa defendeu que “esta é a hora promissora” para as empresas investirem em Moçambique e “estão criadas condições únicas para incrementar a atividade empresarial privada em Moçambique”.
Já na conferência de imprensa, Costa destacou também a oportunidade de Portugal “importar produtos moçambicanos de excelente qualidade”, o que permitirá “equilibrar a balança comercial e ajudar ao desenvolvimento” do país.
Durante o fórum de negócios e investimentos, foram assinados nove acordos de cooperação bilateral, entre os quais o Compacto Lusófono, que prevê garantias do Estado português no valor de 400 milhões de euros para investimentos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ou um outro para a revisão do Fundo Empresarial da Cooperação Portuguesa.
Outro acordo envolve a Galp, o instituto Camões e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique e visa a instalação de um centro de referência em petróleo e gás na província de Cabo Delgado.
Foi ainda fechado um memorando de entendimento entre Hidroelétrica de Cahora-Bassa, a Eletricidade de Moçambique, a REN e a Visabeira Global para a identificação de “oportunidades de cooperação no setor da energia” e a “colaboração ao nível da construção, operação, manutenção de redes de distribuição, redes de transporte de energia elétrica e produção de energia através de parques eólicos e fotovoltaicos”.