“Mais do que a repetição de promessas sempre incumpridas que adiam a reposta a um problema que atinge milhares de famílias (…), urge enfrentar os interesses dominantes no mercado habitacional com a assunção pelo Governo das medidas e investimentos que asseguram o direito a uma habitação condigna”, sustentou o dirigente comunista João Dias Coelho, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
A situação de “crescente especulação, a acumulação de lucros e a crescente inflação” exigem com “maior premência” uma intervenção do Governo para “travar a atualização do valor das rendas e para garantir a redução geral dos spreads bancários”.
A direção comunista pediu ao Governo socialista para impedir a denúncia dos contratos de arrendamento nas casas que sejam morada de família e suspender as hipotecas sobre imóveis que sejam habitação própria.
As quatro propostas enunciadas são, na ótica do partido, “medidas inadiáveis a adotar”.
O PCP avançou na legislatura anterior e já no decorrer desta com projetos-lei na Assembleia da República com o objetivo de concretizar estas ideias, mas os diplomas acabaram todos por ser chumbados.
“Lisboa é a terceira cidade mais cara do mundo para se viver. Um estudo recente revela que, para um valor de salário médio em Lisboa de 1037 euros, o valor médio de arrendamento de um T3 é 1.625 euros, tornando assim incomportável o acesso à habitação para a maioria da população”, acrescentou João Dias Coelho.
Este aumento dos preços das rendas assente na “dinâmica especulativa”, entende o PCP, é agravado por uma “política de baixos salários e da precariedade laboral”.