O diplomata português expressou as "mais profundas condolências às famílias das vítimas e ao povo do Mali" e lamentou que o país africano "continue a pagar um alto preço na sua luta contínua contra o terrorismo", disse o porta-voz Stéphane Dujarric.
Segundo um comunicado divulgado na sexta-feira, o secretário-geral reiterou o compromisso da ONU de apoiar os esforços destinados a restaurar a paz e a estabilidade no Mali, nomeadamente através da missão militar das Nações Unidas no país (MINUSMA), estabelecida pelo Conselho de Segurança em 2013.
O Exército do Mali disse que um ataque no domingo na região norte de Gao matou 42 soldados. Num comunicado, adiantou que o ataque foi realizado por extremistas islâmicos que usaram drones, artilharia e viaturas armadilhadas.
No mesmo dia, cinco polícias foram mortos no sul do país, quando radicais atacaram uma esquadra perto da fronteira com o Burkina Faso.
Três outros agentes continuavam desaparecidos após a ofensiva à esquadra da polícia da fronteira de Sona, disse o diretor-geral da polícia nacional, Soulaimane Traore.
Na segunda-feira, terroristas do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM, JNIM em árabe), filiado na organização Estado Islâmico, reivindicaram a responsabilidade dos ataques.
O Mali e os seus parceiros internacionais têm lutado contra extremistas islâmicos há quase uma década, e a situação revelou sinais de deterioração depois de a França ter começado a retirar as suas tropas após uma série de disputas com o Governo maliano.
Em 2013, a França liderou uma operação militar para expulsar militantes islâmicos do poder nas principais cidades do norte do Mali. Mas os ‘jihadistas’ reagruparam-se e começaram a realizar ataques no sul contra os militares e as forças de paz da ONU.
O plano de retirada francês aconteceu depois de uma junta liderada pelo coronel Assimi Goïta ter executado dois golpes num período de nove meses, em 2020 e 2021, e devido também à presença no país do grupo paramilitar russo Wagner.
Na sexta-feira, a Alemanha anunciou a suspensão "até nova ordem" da maior parte das suas operações militares no Mali, onde integra a MINUSMA, denunciando uma nova recusa por partes das autoridades malianas de autorizar sobrevoos.
As relações entre o Mali e as Nações Unidas, cujas forças de manutenção da paz se encontram no país desde 2013, também se deterioraram nas últimas semanas.