"Não queremos correr o risco de ter uma competição sob o dilúvio. Não seria bom para o futebol africano e a sua imagem, por isso temos de adiar o torneio", justificou o presidente da CAF, Patrice Motsepe.
A decisão foi tomada em Rabat, em Marrocos, na reunião do comité executivo da CAF que assim alterou a competição que estava prevista para ser disputada entre 23 junho e 23 julho de 2023.
“Tomámos a decisão como uma questão de respeito. Recebemos muitas opiniões e algumas pessoas dizem que, face às alterações climatéricas, talvez a chuva não seja um problema. Ainda assim, recebemos o conselho de que não podemos assumir esse risco", detalhou o dirigente.
Em junho, tradicionalmente o mês mais chuvoso no país, severas inundações causadas por fortes chuvas mataram pelo menos cinco pessoas em Abidjan, uma das cidades que recebe a CAN, a par de Bouaké, Yamoussoukro, Korhogo e San-Pedro.
Patrice Motsepe admitiu, no entanto, saber que janeiro “não é o mês ideial” para a competição ser realizada, já que “os clubes europeus nem sempre estão dispostos a liberar seus melhores jogadores”.
A CAN foi disputada no início dos anos civis até 2017, altura em que o comité executivo da CAF a transferiu para o verão, tendo a edição de 2019 decorrido em junho e julho, no Egito.
A edição de 2021, nos Camarões, foi alterada várias vezes, primeiro a pedido do país organizador e posteriormente devido à covid-19, acabando por decorrer em janeiro e fevereiro de 2022.
Clima à parte, o dirigente assumiu estar “muito orgulhoso das infraestruturas de classe mundial” que a Costa do Marfim está a construir, um dos motivos pelos quais entende que esta competição será “muito especial”.
Lusa