“Está na hora de fazermos escolhas, e as grandes escolhas nunca se fazem através da abstenção. Apelo, por isso, para o vosso bom-senso e para o despertar republicano”, afirmou, considerando que “no domingo [na segunda volta das eleições legislativas], nenhuma voz deve faltar à República”.
Em campanha para a segunda volta das legislativas, que se realiza a 19 de junho, com a sua coligação ‘Ensemble!’ (‘Juntos!’), que venceu a primeira volta do escrutínio por uma curta margem, o chefe de Estado francês explicou que é “necessária uma maioria sólida para garantir a ordem no exterior e no interior das fronteiras” de França.
“Nada seria pior que acrescentar uma desordem francesa à desordem mundial”, observou, instando os eleitores a exercerem “com força e firmeza a liberdade, a igualdade, a fraternidade, a laicidade”.
“Precisamos de defender as nossas instituições contra todos aqueles que as contestam e as fragilizam”, prosseguiu, numa aparente referência à extrema-direita e à aliança de esquerda NUPES (Nova União Popular Ecológica e Social), com a qual disputará a segunda volta, no próximo domingo.
O Presidente assegurou ter escutado “as dificuldades que foram expressas” na primeira volta do escrutínio, no passado domingo, em que a maioria cessante registou, com 25,75% dos votos, quase um empate com a NUPES (25,66%), à frente do partido de extrema-direita União Nacional, de Marine Le Pen, que se classificou na terceira posição.
Tal significa que Emmanuel Macron poderá não contar com uma maioria absoluta na Assembleia Nacional durante o seu segundo mandato presidencial de cinco anos.
O chefe de Estado falava no aeroporto parisiense de Orly, junto ao avião que o transportará no seu primeiro périplo pelo sudeste da Europa, diretamente afetada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro.
Macron irá a uma base da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) na Roménia para saudar os 500 soldados franceses que ali estão estacionados, realizará uma visita de apoio à Moldova e uma possível deslocação a Kiev.
O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, que lidera a NUPES, condenou hoje o “desprezo” de Macron pela segunda volta das legislativas, por causa da sua viagem a alguns dias do escrutínio.