"Antes da guerra havia 3,5 milhões de habitantes na nossa cidade. Quase dois terços regressaram", disse o autarca em declarações televisivas, citado pela agência ucraniana Interfax.
"Claro que há muitas restrições. Mas aqueles que não tenham medo podem regressar", referiu Vitali Klitschko, que explicou que, com base na lei marcial em vigor, ainda há toque de recolher e um grande número de postos de controlo.
A possibilidade de a capital da Ucrânia ser atacada por artilharia russa existe, alertou ainda o representante, e nos subúrbios do norte, que estiveram sob ocupação das forças de Moscovo, os trabalhos de desminagem ainda não foram concluídos e é proibido ir para as zonas verdes.
Face a estas condições, Klitschko recomenda que as pessoas adiem o seu regresso se estiverem num lugar seguro.
"Se tiver a oportunidade de estar em locais mais protegidos, onde a vida e saúde não estão em risco, por favor, fique", pediu o autarca, realçando, no entanto, que não pode dizer às pessoas para não voltarem às respetivas casas.
Quando se registou a maior ofensiva russa na capital, no início da guerra, muitos residentes de Kiev fugiram para o oeste da Ucrânia ou deixaram o país com medo de que a cidade fosse cercada ou capturada por tropas do Kremlin.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa