“Estou preocupado com os repetidos relatos de possíveis crimes de guerra” na Ucrânia, disse Guterres durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, no final de uma reunião em Moscovo.
Guterres explicou que a ONU não tem meios autónomos para realizar averiguações sobre eventuais crimes de guerra, mas que é essencial que haja uma “investigação independente” sobre a atuação militar na Ucrânia.
"Precisamos urgentemente" de corredores de retirada de pessoas "realmente seguros e eficazes", acrescentou o secretário-geral da ONU.
Por sua vez, Serguei Lavrov, assegurou que a Rússia está disposta a cooperar com a ONU para criar "alívio" para a população civil.
"O nosso principal objetivo é proteger a população civil. Estamos prontos para cooperar com os nossos colegas nas Nações Unidas, para aliviar o sofrimento da população civil", disse o chefe da diplomacia russa.
Guterres também mencionou o destino dos civis que permanecem retidos no complexo metalúrgico Azovstal em Mariupol, sitiado pelo exército russo, dizendo que a ONU está "pronta para mobilizar plenamente os seus recursos humanos e logísticos para ajudar a salvar vidas" no local.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.