“As normas sobre as escolas estão a ser revistas como estão a ser revistas todas as normas, mas cada uma das medidas tem por trás o contexto epidemiológico e aquilo que a Direção-Geral da Saúde está a preparar é um conjunto que seja uma abordagem mais harmoniosa de todas estas regras”, disse a ministra da Saúde, Marta Temido.
A ministra falava aos jornalistas à margem do curso temático "SARS-CoV-2 e Covid-19 – Onde estamos e para onde vamos?" que está a decorrer em Lisboa.
Apesar do número de casos de covid-19 e do risco de transmissão estarem a diminuir em Portugal, a ministra sublinhou que ainda há alguns fatores que levam “a estar alerta”.
Assim, vincou, o fim de uso obrigatório de máscara nas escolas “é uma possibilidade numa nova fase”, mas, reiterou, é uma decisão de saúde pública.
Relativamente a possíveis alterações do período de isolamento para pessoas sintomáticas e assintomáticas, Marta Temido disse que “poderá ser um dos aspetos que venha a ser reduzido”.
“A Direção-Geral da Saúde preferiria fazer essa redução no momento em que avançássemos para outra fase do combate à pandemia”, designadamente quando houver uma redução maior da mortalidade, que é “um indicador” que ainda preocupa.
Portugal continua com uma mortalidade de quase 60 casos por milhão de habitantes a 14 dias, observou Marta Temido, salientando que o indicador que querem estabilizar é de 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias.
“Até estabilizarmos a incidência e os óbitos, que já estão a cair nos últimos dias, um pouco abaixo dos 30, gostaríamos de ter ainda alguma prudência e aí, eventualmente, avançar para essa redução do número de dias de isolamento dos casos assintomáticos e, eventualmente, depois dos casos sintomáticos”, afirmou.
Marta Temido disse que poderá evoluir-se até para uma fase em que a decisão de isolamento seja em função da declaração de isolamento profilático passada pelo médico, como em qualquer doença.
“É este segmento e esta tendência de evolução que está a ser considerada”, estando a DGS a ultimar a revisão das normas técnicas.
Marta Temido disse esperar que a Direção-Geral da Saúde faça a atualização integral das normas de orientação esta semana ou no início da próxima.
“Eventualmente, há um conjunto de regras que já não se justificarão e que poderão ser simplesmente revogadas, há partes de normas que poderão ter de ser mantidas e, portanto, nós temos que ter essa segurança, esse conhecimento e esse espaço para essa comunicação”, salientou.