O presidente da Câmara do Funchal anunciou hoje que a autarquia pretende investir cerca de dois milhões de euros em projetos que visam reflorestar o Parque Ecológico do concelho, que ficou com 62% área ardida nos incêndios de agosto.
"Estamos a olhar para o futuro", afirmou Paulo Cafôfo, no âmbito de uma ação de reflorestação no Parque Ecológico do Funchal, inserida na "Semana da Reflorestação Nacional", que decorre até dia 30 de novembro, e durante a qual cerca de uma centena de voluntários vão plantar novas árvores naquele espaço.
O autarca salientou em janeiro vão começar as obras relativas ao projeto de recuperação de caminhos naquele local, "uma rede viária, a maior parte pedonal e outra com acesso para veículos fundamental nos percursos turísticos e, em termos de segurança, para as viaturas de socorro", o que representa um investimento na ordem dos 600 mil euros.
Paulo Cafôfo acrescentou que foi também apresentada uma candidatura a fundos comunitários (PRODERAM) de 1,4 milhões de euros, destinados à recuperação do Parque Ecológico, para a plantação de novas espécies, uma situação que "depende da agilidade do Governo Regional", que é a entidade responsável pela gestão destas ajudas europeias.
"Estamos a trabalhar ativamente num plano de gestão florestal", salientou ainda o responsável municipal, defendendo que a reflorestação tem de ser "eficaz", visto que têm sido feitos investimentos para colmatar os desastres registados naquele espaço — cerca de 800 mil euros entre 2013 e 2015 –, mas "os incêndios acabam por transformar em cinzas todo o trabalho feito".
Segundo o responsável, é preciso "repensar que ordenamento florestal deve ser feito no Parque Ecológico", apontando que o objetivo é "privilegiar as plantas endémicas" e criar uma "cintura de proteção com outras espécies" de folhagem mais resistente ao fogo, como as azinheiras e os castanheiros — para evitar que o interior da área seja afetado pelas chamas.
O Parque Ecológico do Funchal tem sido sucessivamente afetado pelos incêndios, tendo, na sequência dos fogos que ocorreram na segunda quinzena de agosto deste ano, ficado com mais de 60% da sua área total de 718 hectares ardida.