Num comunicado, o Executivo de Jersey, uma ilha autónoma a noroeste da França, de cuja defesa o Reino Unido é responsável, disse que o vice-ministro-chefe, Gregory Guida, e outros representantes do Governo vão conversar com os líderes dos pescadores a bordo do barco Norman Le Brocq.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha, Ian Gorst, disse na nota que a intenção é "ouvir as preocupações dos pescadores em relação aos direitos de pesca".
"Extensos esforços políticos e operacionais estão a ser feitos com a nossa comunidade pesqueira e associações francesas de pesca, os seus representantes regionais na França e os governos britânico e francês para resolver a disputa atual e retomar as boas e antigas relações", vincou.
Cerca de 60 barcos pesqueiros franceses concentraram-se hoje em frente ao porto de Saint Hélier, com o objetivo de se "manifestar pacificamente" e denunciar o que consideram uma "provocação", disse à Efe uma porta-voz da Comissão Regional da Pesca Marítima da Normandia.
Os navios partiram de diferentes portos da Normandia e da Bretanha, como Granville ou Saint-Malo, para participar no protesto, que está previsto durar até o início da tarde.
Na origem do conflito está a publicação, na sexta-feira, de uma lista de 41 barcos franceses autorizados a pescar até o final do ano nas águas de Jersey, mas com limitações de tempo, de espécies que podem capturar e de equipamento que podem usar.
Na opinião das comissões regionais de pesca da Normandia e da Bretanha, essas limitações impostas por Jersey "não estão previstas" no Acordo de Comércio pós-Brexit assinado em 24 de dezembro entre o Reino Unido e a União Europeia, e, de qualquer maneira, as alterações técnicas devem ser comunicadas com "antecedência suficiente".
C/Lusa