“O prejuízo da empresa no ano de 2020 foi de 20 milhões de euros, estimando-se para 2021 um prejuízo de 15 milhões de euros (previsão muito condicionada por fatores como a retoma, vacinação, eventuais novas vagas, etc.)”, refere a mesma nota, acrescentando que “ a empresa continua empenhada em obter o financiamento de 30 milhões de euros, de forma a poder encarar o futuro próximo com estabilidade”.
Os representantes dos trabalhadores foram também informados de que a empresa se manterá no mecanismo de apoio à retoma em abril, enquadrando-se ainda no patamar mais elevado deste apoio, por ter uma quebra de atividade superior a 75%.
De acordo com um comunicado conjunto dos sindicatos, vão manter-se, assim, cerca de 400 trabalhadores com redução de horário a 100% e mais de 600 com reduções superiores a 50%.
No entanto, segundo foi dito à CT, a empresa prevê um acréscimo de atividade em maio, estando programada pelas companhias aéreas, nomeadamente pelo maior cliente, a TAP, um crescimento gradual da sua operação ao longo dos meses, estimando-se, em julho, operar 67% dos voos realizados no mesmo mês de 2019.
Relativamente ao adicional à compensação retributiva – pago a 100% pela Segurança Social até três salários mínimos nacionais – as estruturas ficaram a saber que o apoio ainda não será pago este mês, uma vez que a Segurança Social apenas transferiu o valor nos últimos dias e foram identificadas “inúmeras discrepâncias que estão a ser corrigidas para que no processamento de abril sejam pagos os adicionais devidos de janeiro, fevereiro e março”.
“Foram confirmados os valores vindos a público relativamente ao aluguer dos equipamentos, o que nos deixa uma preocupação enorme, pois se a empresa atravessa enormes dificuldades financeiras, pagar uma renda mensal de quase 600 mil euros, apenas agrava essas dificuldades”, defendeu aquela estrutura.
Por forma a conseguir pagar os salários que tinha em atraso e as necessidades de tesouraria mais prementes, a SPdH (Serviços Portugueses de Handling, comercialmente designada Groundforce Portugal) e a TAP assinaram, em 19 de março, um acordo que prevê a compra dos equipamentos da empresa de ‘handling’ por sete milhões de euros.
Sendo que não pode trabalhar sem os equipamentos, a Groundforce passa a ter de os alugar à TAP, que está a exigir 461.762 euros mensais.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou, na semana passada, no parlamento, que é necessário encontrar uma “solução estrutural” para a Groundforce, cuja situação financeira foi prejudicada pela pandemia de covid-19 e as medidas restritivas à circulação aérea, admitindo, porém, que a questão “não é fácil”.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.