"São pessoas que têm necessidade de regressar por razões de saúde, problemas familiares ou financeiros", explicou a secretário de Estado, em declarações à Lusa.
"Apenas uma pessoa recorreu ao repatriamento", afirmou Berta Nunes, adiantando que esta foi uma situação analisada e verificada pelos serviços consulares portugueses no Brasil, e tratava-se "efetivamente", de alguém numa situação de grande vulnerabilidade.
Porém, sublinhou que a pessoa em questão, que agora contou "com o apoio consular, terá de reembolsar o dinheiro ao Estado", mais tarde.
"Essa ideia de que o voo de repatriamento é pago pelo Estado é errada", esclareceu a secretária de Estado, acrescentando: "O que Estado está a fazer é a dar a possibilidade às pessoas de regressarem".
"Não há voos grátis, nem no início da pandemia houve", afirmou Berta Nunes, lembrando que as autoridades portuguesas têm vindo a fazer sucessivos alertas para as pessoas não viajarem a não ser por razões "essenciais".
A responsável do Governo aproveitou a ocasião para apelar a todos os que viajam neste avião que cumpram "rigorosamente a quarentena" a que estão obrigadas para que não coloquem outras pessoas em risco.
Segundo a Secretária de Estado, o avião que trará de regresso a Lisboa, no próximo sábado, os portugueses retidos no Brasil "tem 298 lugares e está completo".
"A grande maioria já tinha voos TAP", comprados e marcados, que foram cancelados, adiantou.
Questionada sobre a possibilidade de o Estado negociar com companhias de aviação a transferência de passagens de uma para outra, Berta Nunes disse que isso não foi equacionado, mas admitiu a necessidade de um novo voo no futuro.
A 17 de fevereiro o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou o repatriamento de portugueses que se encontram no Brasil e que precisam de regressar a Portugal por “razões humanitárias”.
Em 27 de janeiro, o Governo suspendeu os voos de e para o Brasil entre os dias 29 de janeiro e 14 de fevereiro, uma medida “de último recurso”, que já foi prorrogada, e que o Ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu ser necessária tendo em conta a “situação muito difícil” que se vivia em Portugal em relação à pandemia de Covid-19.