Em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência sobre o Porto Canal com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, Pinto da Costa lembrou a decisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que ascendeu à I Liga os dois primeiros classificados da divisão secundária (Nacional e Farense).
“O que tem sido feito nos campeonatos que acabam é que conta a classificação que está, não a que gostaríamos que fosse. A própria federação e a Liga já o demonstraram quando interromperam a II Liga e quem subiu foi o primeiro e o segundo, quando o terceiro ainda tinha oportunidade de subida. Os dois últimos foram os que desceram, quando podiam hipoteticamente salvar-se. Não vejo que pudesse haver um critério para a II Liga e na I Liga ser diferente”, sublinhou.
Pinto da Costa expressou que “há todas as condições para o futebol voltar”, após a suspensão decretada em 12 de março devido à pandemia da Covid-19, e frisou que, “se o futebol não voltar, então não pode voltar atividade nenhuma”.
“Corre muito mais perigo um funcionário da restauração do que um jogador na casa dos 20/30 anos, que tem uma alimentação cuidada e cuidados médicos da máxima atenção. Acho que se estão a cair em exageros e é importante que o bom senso prevaleça”, afirmou.
Os futebolistas do FC Porto Danilo Pereira, Zé Luís e Soares mostraram-se desagradados com as condições divulgadas no domingo para o regresso do futebol, mas Pinto da Costa considerou que “esse desagrado foi generalizado”.
“Eu não compreendo como é que se quer proibir um profissional de futebol, que vai exercer a sua atividade, e depois tem de ir diretamente para casa, não pode conviver com ninguém e um profissional da restauração pode, em vez de ir para casa, ir para onde muito bem entender. Isso é cortar a liberdade às pessoas e penso que é injustificável”, disse.
O FC Porto regressou aos treinos há uma semana, tendo em vista o regresso da competição em 30 e 31 de maio, previsto no plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, que também permitiu a realização da final da Taça de Portugal, entre os ‘dragões’ e o Benfica, e de atividades individuais ao ar livre.
O Presidente do emblema portuense, que é líder da I Liga, com 60 pontos, mais um do que o campeão Benfica (59), viu “um entusiasmo fantástico” dos jogadores durante a semana e ficou “muito satisfeito”, notando ansiedade nos atletas “por ter contacto com a bola e uns com os outros”.
A data das eleições presidenciais no FC Porto, marcadas para 06 e 07 de junho, levantou algumas críticas por parte dos restantes candidatos, Nuno Lobo e José Fernando Rio, mas Pinto da Costa, que preside o clube desde 1982, referiu que “quando as coisas têm interesse, têm participação” por parte dos associados.
Sobre a audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, à qual se fez acompanhar pelo diretor-geral do Porto Canal, Júlio Magalhães, Pinto da Costa explicou que as preocupações da estação televisiva portuense são semelhantes às dos restantes órgãos de comunicação social, como a quebra da publicidade, reforçando ser “fundamental a necessidade de manter” os cerca de 80 funcionários.
“Naturalmente que uma estação de televisão generalista sediada no Porto tem mais dificuldades, mas ficámos muito satisfeitos pelo conhecimento que o senhor Presidente tem do Porto Canal. Fiquei realmente sensibilizado com isso e com o interesse que mostrou”, contou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 283 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Quase 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.144 pessoas das 27.679 confirmadas como infetadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
C/Lusa