“Queremos voltar às escolas, mas sem precipitação neste processo”, declarou o coordenador do SPM, Francisco Oliveira, numa videoconferência, reagindo à pretensão do primeiro-ministro, António Costa, da reabertura dos estabelecimentos de ensino em 04 de maio.
O dirigente sindical acrescentou ser necessário “ter cautela e calma, porque a saúde vale mais do que o trabalho presencial”, e manifestou a recusa da reabertura das escolas “se não estiverem reunidas as condições de segurança” face ao perigo da pandemia.
Francisco Oliveira denunciou também terem chegado queixas de associados do SPM relativamente a “abusos” aos direitos dos trabalhadores nos estabelecimentos privados da região, que “põem em causa uma imposição” nacional e regional do teletrabalho, ao exigir que “professores e educadores se desloquem aos estabelecimentos durante algumas horas”.
Outra das situações apontadas pretende-se com o facto de, segundo o sindicato, os estabelecimentos de ensino particular estarem a propor que os seus trabalhadores “tirem férias neste período”, quando “nenhuma escola, em tempo normal, permite” que tal aconteça, o que “constitui um abuso”.
Também denunciou a recusa destas instituições no que concerne ao pagamento do subsídio de refeição aos funcionários, alegando que estão em regime de teletrabalho.
“Podíamos divulgar o nome das instituições onde isto está a acontecer, mas queremos dar uma oportunidade para que reparem este erro, porque pode ter sido uma má interpretação” dos respetivos departamentos jurídicos.
Contudo, se a situação não for corrigida e “persistirem nesta ilegalidade, o SPM não só vai denunciar publicamente, como vai avançar para as instâncias judiciais”, adiantou Francisco Oliveira.
Quanto ao ensino através da televisão, o coordenador do SPM considerando “um aspeto positivo se for integrado noutras formas de trabalho à distância”.
“Esta forma de ensino não terá o papel que já teve nas décadas de 70, 80 e 90”, salientou.
Francisco Oliveira considerou ser também um método “nivelador”, porque nem todos têm a mesma capacidade, e “criador de um maior desnível em função dos rendimentos” das famílias.
No seu entender, este método televisivo “tem de ser complementado através de várias formas, como videoconferências e outras plataformas visíveis, com articulação de apresentação de trabalhos", defendendo também uma "avaliação".
“O ensino à distância tem de ser feito de forma global”, defendeu, porque, a seu ver, “nunca pode substituir a relação professor-aluno".
Francisco Oliveira sugere ainda que a secretaria da Educação estabeleça protocolos com as operadoras de telecomunicações para que os estudantes e professores possam utilizar “mais dados móveis sem constrangimentos financeiros".
Apesar de algumas dificuldades e constrangimentos ao nível do material tecnológico, “a grande maioria já desenvolveu meios para trabalhar com os alunos”, afirmou, sublinhando que o terceiro período vai "contribuir para aprofundar a metodologia do trabalho à distância".
O Sindicato dos Professores da Madeira “vai atribuir 5.000 euros ao Serviço Regional de Saúde”, destinados a apoiar a aquisição de bens essenciais
O novo Coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.
C/Lusa