O Programa Estímulo ao Empreendedorismo de Desempregados (PEED) do Instituto de Emprego da Madeira (IEM) investiu 2,6 milhões de euros, ajudado a criar 250 postos de trabalho desde 2013, os quais, na sua maioria, ainda se mantêm no ativo.
O programa "tem por objetivo apoiar a criação do próprio emprego de desempregados – em situação de desemprego involuntário – que tenham espírito empreendedor e apresentem um projeto de investimento viável", explicou à Lusa a presidente do Conselho Diretivo do IEM, Rita Andrade.
Desde a criação do PEED, em 2013, e até abril deste ano, foram apoiados 250 postos de trabalho. Em relação a este ano, do total de projetos candidatados desde janeiro de 2016, 67% foram aprovados.
"A análise da viabilidade financeira de cada projeto é rigorosa, obedece a critérios exigentes, pois o objetivo é que cada negócio criado tenha sustentabilidade e que, pelo menos por três anos, se mantenha, daí que nem todos sejam aprovados", explicou, sendo que a média de comparticipação ronda os 19,8 mil euros por projeto, nos apresentados este ano.
Este ano, até abril, "foram aprovados 24 projetos de iniciativa empresarial por desempregados, perfazendo um total de 50 postos de trabalho criados, o que equivale a um crescimento de 43%", ressalvou.
Ao longo destes três anos, algumas iniciativas não tiveram êxito e fecharam ou foram vendidas, mas muitas conseguiram consolidar-se e outras expandiram-se, como é o caso de Mónica Encarnação que, de uma situação de desemprego, hoje gere quatro pastelarias no Funchal.
‘A Confeitaria’, em apenas dois anos – a primeira foi aberta em abril de 2014 -, já abriu quatro lojas, tendo passado de um apoio do IEM com quatro trabalhadores iniciais para 36 trabalhadores em maio de 2016.
"No início foi complicado, eramos apenas quatro, contando como o meu marido e mais duas funcionárias, mas, como fomos tendo sucesso nos produtos que apesentávamos, tivemos de aumentar a loja logo em dezembro [de 2014] e no ano a seguir abrimos mais três lojas", contou.
Mónica Encarnação recordou que a decisão de se lançarem na área da pastelaria se prendeu com a experiência que já tinham acumulado, porque sempre trabalharam "no meio, atendendo ao balcão".
O sucesso dos bolos que enfeitam as vitrinas provém da "tentativa e erro que vão fazendo" e, por agora, Mónica Encarnação assegura que não vai "abrir mais nenhuma loja", querendo concentrar-se "na qualidade do produto e do atendimento".
A maioria destes promotores chega ao IEM com uma ideia de negócio, que aperfeiçoa em conjunto com os técnicos e elabora o plano antes de se lançar na sua operacionalização.
Depois da aprovação, recebe o apoio financeiro para aplicar no investimento que se propõe fazer. Ao longo do período de acompanhamento e consolidação do projeto (três anos), os promotores são acompanhados pelos técnicos do IEM, existindo um responsável para cada projeto.