Os tetos em estilo mudéjar são únicos em Portugal dada a dimensão e características, pelo que a SRTC candidatou a obra ao abrigo do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
O investimento total ascende a 1,6 milhões de euros, sendo comparticipado em 987 mil pelo FEDER e os restantes 174 mil provenientes do orçamento regional.
"As patologias que mais afetam os tetos são as mudanças de cor visível, devido a sujidades acumuladas e aplicações de camadas de vernizes e óleos sobre as superfícies e à gordura e fumos de ceras das velas queimadas ao longo de anos", refere a SRTC.
A construção da Sé do Funchal teve início em 1493 e ficou concluída em 1517, ano em que foi sagrada a 18 de outubro e "uma das principais caraterísticas construtivas e decorativas da catedral reside nos tetos das naves e transeptos", pelo que importava dar seguimento ao diagnóstico feito no ano de 2014, em que foram identificados estes problemas.
A nave central, as laterais e o transepto são cobertos por um teto de alfarge, de estilo mudéjar (de tradição artística islâmica), em madeira de cedro da ilha, decorado em tons avermelhadas, acastanhados, azuis, brancos e dourados.
"No teto predominam em especial as composições vegetalistas, as albarradas ou ânforas e os grutescos e no friso, além dos motivos anteriores, sobressaem os grifos, o escudo, a cruz de Cristo e esferas armilares, estes dois últimos símbolos da heráldica de D. Manuel I", refere a documentação adstrita a este projeto.
A SRTC refere que durante a "intervenção de conservação e restauro serão adotados conceitos de intervenção mínima", com "respeito integral pelos materiais originais e utilização de materiais compatíveis com os que compõem o original".
O caderno de encargos refere ainda que será realizado um "acompanhamento exaustivo da intervenção, em fotografia e vídeo, para a produção de um documentário e de um livro sobre a intervenção", para além de um concerto inaugural quando a obra ficar concluída.