O líder do Aliança, Pedro Santana Lopes, quer que o partido seja mediador para uma situação de estabilidade política na Madeira caso o PSD não obtenha maioria absoluta nas eleições regionais de 22 de setembro.
"Para haver estabilidade política, a Aliança aparece para construir uma solução, se se verificar uma situação de impasse caso se confirmem as sondagens [que apontam que não haverá maiorias absolutas ]", disse o ex-primeiro-ministro à margem de uma ação política no Funchal.
"Sabemos o lado onde pertencemos, somos como o Fernando Capelo Gaivota que gostava de voar sozinho mas sabia qual era o seu bando, sabemos onde não pertencemos, sabemos qual é o nosso lado, nós somos centro-direita [numa alusão a uma eventual coligação com o PSD]", disse Pedro Santana Lopes.
O presidente da Aliança lamentou que o princípio constitucional da continuidade territorial não seja cumprido pelo Estado ao ponto de ser questionável se deve ou não existir uma ligação marítima entre a Madeira e o continente.
Pedro Santana Lopes, que se encontra na Madeira no âmbito de uma ação politica do partido Aliança, esteve hoje no porto do Funchal precisamente no dia de chegada e partida da ligação, durante o período do verão, entre o Funchal e Portimão, realizada pelo navio da companhia espanhola Armas, cumprimento esse suportado pelo Governo Regional no valor de 3 milhões de euros.
O executivo da Madeira reivindica, contudo, que esse custo deve ser cumprido pelo Estado ao abrigo do princípio constitucional da continuidade territorial.
"Aliás, é lamentável que a questão ainda se coloque nestes termos em pleno século XXI, em 2019, ao ponto de ainda se questionar da possibilidade de existir uma ligação entre a Madeira e o continente que desenvolvem atividades económicas tão intensas como é o turismo", observou.
Para Pedro Santana Lopes, o princípio da continuidade territorial, no presente e no futuro, deve ser "uma preocupação de qualquer patriota e de qualquer pessoa que seja portuguesmente solidário".
"Não faz sentido que esse princípio da continuidade territorial tenha tantos problemas para ser cumprido e levado à prática", sustentou.
Aprofundamento da autonomia; mais competências legislativas; maior abertura na política fiscal; reequacionar os custos da Educação e da Saúde; o respeito pela Zona Franca da Madeira; as políticas sociais e ambientais, os cuidados de saúde primários são algumas linhas do programa da Aliança para as eleições legislativas regionais de 22 de setembro no âmbito das quais apresenta como cabeça de lista o professor de Geografia José Joaquim de Sousa, da Escola EB/PE de Santo António e Curral das Freiras, segundo Santana Lopes uma "pessoa honesta, íntegra, combatente e entusiasta".
Pedro Santana Lopes reuniu-se ainda com a ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal, tem um encontro com a Secção Regional da Ordem dos Economistas, apresenta o cabeça de lista e termina visitando o Caminho da Cova, em São Roque.
De acordo com a Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna – Administração Eleitoral, a Aliança, nas eleições europeias, teve 1.607 votos (1,62%).
As regionais de 22 de setembro serão as primeiras eleições regionais a que o partido concorre na Região Autónoma da Madeira.
C/Lusa