Em declarações à agência Lusa, José Luís Carneiro disse que “felizmente os portugueses estão bem", adiantando que esteve em contacto com as embaixadas e consulados na Venezuela às 01:00, menos cinco horas em Caracas.
De acordo com o secretário de Estado, as embaixadas e os consulados estão em contacto permanente com a rede do movimento associativo, com os conselheiros das comunidades portuguesas e 25 grupos do WhatsApp que integram milhares de portugueses que se encontram em todo o território da Venezuela.
“Felizmente, à hora que falei com as embaixadas, os portugueses encontravam-se bem. Não havia qualquer ato de violência contra os portugueses. Estavam a acompanhar a vida política no país e a procurar ter atitudes e comportamentos prudentes no quadro da crise que se está a viver”, salientou.
José Luís Carneiro disse que o “Estado português deseja um desfecho politico para esta crise que se vive e a solução política pacífica que passa pela realização de eleições que permitam ao povo venezuelano fazer as escolhas sobre o seu futuro”.
O secretário de Estado das Comunidades disse ainda à Lusa não ter recebido por parte dos portugueses nos últimos dois dias nenhum pedido de apoio para regressar a Portugal.
O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Gaidó, desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.
O regime ripostou, considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado.
Apesar de Juan Guaidó ter afirmado ao longo do dia que tinha os militares do seu lado, nenhuma unidade militar aderiu à iniciativa nem se confirmou qualquer deserção de altas patentes militares fiéis a Nicolas Maduro.
A Venezuela viveu na quarta-feira uma segunda onda de manifestações que causaram mais de 50 feridos em Caracas.
O dia anterior tinha também terminado em protestos violentos, dos quais resultaram um morto e 80 feridos, segundo um levantamento de um grupo de militares em Caracas.
A presidente do serviço municipal de saúde, Maggia Santi, explicou aos jornalistas que os feridos estão todos fora de perigo.
Pelo menos 20 pessoas foram baleadas, 13 das quais sofreram várias lesões. Ainda há registo de vários manifestantes feridos na sequência do lançamento de gás lacrimogéneo por parte da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).
Além disso, a União Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) informou que uma dúzia de jornalistas também ficaram feridos quando cobriam manifestações contra o Governo.
Segundo dados do Governo, estão registados nos consulados da Venezuela cerca de 180.000 portugueses.
C/ LUSA