De acordo com a presidente da associação de apoio aos imigrantes daquele país, a Venexos, Aura Gonçalvez, disse à Lusa que sábado vão ocorrer ações de recolha nas freguesias de S. Jorge (Santana), Loreto (Calheta) Paróquia da Sagrada Família e Igreja do Colégio no Funchal.
Os participantes estão a ser convidados a usar camisas brancas neste dia, “esperando ser possível angariar a maior quantidade possível para ajudar as pessoas na Venezuela que estão a sofrer grandes necessidades”.
“Que o ‘Grande Chefe’ [Deus] nos ajude e toque o coração e dê coragem aos que estão a lutar para que a ajuda humanitária entre na Venezuela”, declarou a responsável.
Aura Gonçalvez destacou que o novo bispo do Funchal, que está na região há cerca de uma semana, “ofereceu-se para celebrar a missa na Igreja do Colégio e o Cónego Fiel vai preparar o altar de Santo António para as oferendas”.
Também os elementos da Venexos vão estar presentes com “os mealheiros para quem quiser contribuir para ajudar no envio dos medicamentos”.
Na Madeira, esta iniciativa acontece só no sábado, mas no domingo, “como vem sendo hábito há algum tempo, o padre Nélio Mendonça da igreja da Sagrada Família (Funchal) no último domingo de cada mês faz uma recolha por caridade pela Venezuela”.
“Contamos com uma grande adesão”, apontou a responsável desta associação, perspetivando que ”até quarta-feira deve estar feito o inventário o que foi recolhido nesta ação para ser enviado o mais rápido possível, na quinta-feira, para Lisboa”.
A Madeira tem uma grande comunidade de emigrantes na Venezuela, estimando o Governo Regional que cerca de 6.000 tenham já regressado à região.
A Venexos – associação de apoio a imigrantes venezuelanos, organiza sábado missas nos diversos núcleos a nível nacional a favor da entrada da ajuda humanitária na Venezuela e, ao mesmo tempo, promove uma recolha de medicamentos e alimentos para crianças até aos 6 anos de idade.
Este tipo de iniciativas acontece, além das confirmadas em vários concelhos da Madeira, em Aveiro, Porto, Lisboa e Algarve.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou mais de 40 mortos e cerca de mil detenções, incluindo menores, de acordo com várias organizações não-governamentais e o parlamento venezuelano.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
LUSA