Os dados foram revelados hoje, durante a apresentação do projeto para a eliminação da Hepatite C no arquipélago até 2030, que decorreu no Hospital Central do Funchal.
"Temos constatado que a Madeira, em diversas e múltiplas áreas da saúde, tem sido inovadora porque os profissionais do Sistema de Saúde regional são, de facto, pessoas que, além da competência técnica, têm o sentido do risco e da inovação", disse o presidente do Governo Regional.
Miguel Albuquerque sublinhou que o SESARAM desenvolve "projetos de vanguarda" que ultrapassam o horizonte dos "mandatos políticos e das administrações", visando sempre "melhorar a qualidade de vida e a prestação de cuidados de saúde".
As estimativas oficiais indicam que cerca de 1.300 pessoas estão atualmente infetadas com Hepatite C na região autónoma e o projeto para eliminar a doença vai promover ações em meio hospitalar (consulta e urgência), nos centros de saúde, na Unidade de Tratamento da Toxicodependência, nas farmácias comunitárias, no Estabelecimento Prisional do Funchal, nas clínicas de diálise e na comunidade em geral.
"A grande aposta que temos de fazer é no sistema de saúde primário, onde vamos prevenir a doença e assegurar a qualidade de vida dos concidadãos", vincou Miguel Albuquerque, realçando a importância de definir mais estratégias neste sentido.
Estima-se que em Portugal faltarão diagnosticar ou tratar aproximadamente 80.000 infeções de Hepatite C, sendo que as estratégias de diagnóstico precoce atuais, baseadas no questionário oportunístico aplicado ao utente acerca dos comportamentos de risco, têm falhado na identificação de uma grande parcela dos infetados.
As autoridades madeirenses, contudo, classificam de "inovador" o novo projeto para eliminar a doença, realçando que o mesmo será desenvolvido em três fases, onde se incluem várias ações de educação para a saúde e medidas de controlo de risco, até ao tratamento individualizado.
LUSA