Miguel Albuquerque fez esta observação na cerimónia de entrega de equipamento de proteção individual florestal aos bombeiros da região no âmbito do Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais (POCIF), em vigor desde 15 de junho e até 15 de outubro.
Em cerimónia que decorreu no Quartel dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Brava, Miguel Albuquerque lembrou que, apesar do princípio constitucional da continuidade territorial, é o Orçamento Regional que suporta os custos da operação ferry entre a Madeira e o continente (3 milhões de euros/ano) e do helicóptero de combate inicial aos fogos florestais (1,2 milhões de euros/ano).
Recordou igualmente que a região aguarda ainda a revisão da legislação sobre o subsídio de mobilidade social nas viagens aéreas entre o arquipélago e o continente, revisão que devia ter acontecido em 2016.
Exibindo o Boletim Informativo do Setor Empresarial do Estado referente ao terceiro trimestre de 2017, o presidente do executivo regional ilustrou, a propósito, que a dívida das empresas de transporte no continente era, então, de 18,9 mil milhões de euros.
"As empresas de transporte têm apenas uma dívida de 18,9 mil milhões de euros, isto significa que, quando vierem falar que o grande problema da Madeira é o subsídio de mobilidade, nós vamos dar uma gargalha na cara deles" [Governo da República], declarou.
"O que se passa neste momento – insistiu – é que a Madeira continua a ser, no âmbito do Estado português, discriminada e relegada para plano secundário no que diz respeito a apoios", sustentou.
Ao falar do equipamento individual hoje distribuído, "de vanguarda e do mais moderno que há", às corporações de bombeiros da região com exceção dos Sapadores do Funchal que optaram por fazer uma candidatura própria (625 kits), num investimento de 800 mil euros, 85% do qual cofinanciado pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), Miguel Albuquerque referiu: "A União Europeia, ao contrário do Estado português, continua a ser solidária com as suas regiões".
"Os contribuintes da região é que ainda têm de pagar 1,2 milhões de euros para ter, aqui, o helicóptero durante os meses do verão porque o Estado português está-se nas tintas para as suas regiões", concluindo que "quando há problemas os governantes de Lisboa vêm, aqui, dizer que somos uns coitadinhos, mas, quando se trata de puxar os cordões à bolsa e manifestar a sua solidariedade, tudo isso não passa de conversa".
"Neste momento culminamos um processo de dotar as nossas equipas de bombeiros com um dos melhores equipamentos no âmbito daquilo que é o Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais, o POCIF", disse.
Os bombeiros receberam 625 fatos completos em tecido "rip-stop" e com acabamento em "oil and water" repelente, da última geração, que garantem a maior proteção aos operacionais.
Os bombeiros receberam ainda 625 botas florestais, 625 camisolas interiores, 625 cogulas, 625 luvas de combate a incêndios florestais, 625 "fire shelter", 625 máscaras de evacuação, 625 máscaras de partículas, 625 filtros para máscaras de partículas e 325 capacetes florestais.
LUSA