"O Governo da Venezuela condena, categoricamente, os termos do comunicado da Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança da UE, Federica Mogherini, sobre as eleições (…) em que 68% dos eleitores depositou a sua confiança no Presidente Nicolás Maduro, num ato soberano e valente, apesar das ameaças sistemáticas e as inéditas pressões externas", lê-se no documento.
Divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores, a nota acusa Federica Mogherini de não ter aceite um convite feito com suficiente antecipação, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, para enviar uma missão de observação eleitoral da UE a Caracas.
"Ao não aceitar o convite, preferiu incorrer em preconceitos induzidos e emitir acusações infundadas, que em nada dissipam a confiabilidade que mais de 300 convidados do Programa de Acompanhamento do CNE atribuíram às eleições, provenientes de 56 países, além de representantes de diversas organizações internacionais", acrescenta.
O documento conclui afirmando que a Venezuela espera que a UE "mantenha o apego indispensável ao Direito Internacional, o princípio da não intervenção nos assuntos internos, o respeito à soberania e autodeterminação dos povos".
A UE admitiu terça-feira a aplicação de sanções à Venezuela pelas numerosas irregularidades assinaladas na eleição presidencial de domingo, na qual Nicolás Maduro foi reconduzido como Presidente até 2025.
A Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, referiu, também em comunicado, que "a Venezuela precisa, com urgência, de uma solução política para colocar um fim à atual crise e, antes de tudo, para responder às necessidades humanitárias mais prementes da população".
A chefe da diplomacia da UE denunciou "os grandes obstáculos à participação dos partidos políticos da oposição e dos seus dirigentes".
"A UE reafirma que é necessário restabelecer o processo democrático", afirmou.
Segundo a UE não houve acordo sobre o calendário eleitoral e o processo eleitoral não garantiu eleições transparentes e livres, com a participação de todos os partidos políticos em igualdade de circunstâncias e sem obstáculos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, já com todas as atas totalizadas, Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais antecipadas de domingo com 6.244.016 votos (67.84%).
O opositor Henri Falcon obteve 1.927.174 votos, enquanto o pastor evangélico Javier Bertucci alcançou 988.761 e o engenheiro Reinaldo Quijada obteve 36.246 votos, indicou o CNE.
De acordo com o CNE, foram registados 9.381.218 votos válidos, que correspondem a uma participação de 46.06% dos 20.527.571 eleitores.
LUSA