A greve dos enfermeiros na Madeira registou hoje, no turno da manhã, uma adesão de 62% nos cuidados de saúde hospitalares e de 46% nos centros de saúde, informou Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM).
"A greve está a ter impacto ao nível destes cuidados e estes são os números apurados até ao momento", disse o vogal do SESARAM Pedro Gouveia, em conferência de imprensa.
O Sindicato dos Enfermeiros da Madeira não avançou ainda valores da adesão, tendo o sindicalista Juan Carvalho dito à agência Lusa que as expectativas são "bastantes positivas", tendo em conta um percurso feito esta manhã pelos vários serviços.
De acordo com Pedro Gouveia, os serviços nos centros de saúde mais afetados são as consultas, os tratamentos e as visitas domiciliárias, que, vincou, "estão bastante comprometidas".
"Do lado dos cuidados hospitalares, tivemos algum impacto no número das cirurgias programadas, mas em contrapartida a consulta externa não está com qualquer impacto e o banco de sangue também não está comprometido", afirmou, sublinhando que estão garantidos os serviços mínimos.
Os enfermeiros iniciaram às 08:00 de hoje uma greve de dois dias pela "valorização e dignificação" da profissão e que ficou agendada apesar da marcação de um calendário de negociações com o Governo sobre as suas 15 reivindicações.
A greve, marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou no turno da manhã e termina às 24:00 de sexta-feira.
Na Madeira, o SESARAM tem já programada uma reunião para abril para analisar a forma como está a ser feita a contagem dos pontos para efeitos de descongelamento das carreiras, uma das reivindicações dos enfermeiros.
Pedro Gouveia lembrou, no entanto, que a matéria é de âmbito nacional e as autoridades regionais estão a espera que seja publicada a nova legislação, bem como no que se refere ao suplemento remuneratório para os enfermeiros especialistas.
"No que diz respeito ao recrutamento, o procedimento concursal vai já decorrer na próxima semana, para 64 vagas", assegurou o responsável.
c/ Lusa