O estudo reflete uma deterioração dramática na qualidade de vida dos venezuelanos ao avaliar o aumento da pobreza e sua incidência no emprego, educação, criminalidade, nutrição e saúde geral.
Realizada todos os anos desde 2014 pelas universidades Central da Venezuela (UCV), Simón Bolívar (USB) e Católica Andrés Bello (UCAB), o estudo foi realizada em 6.168 famílias em todo o país, com dados recolhidos entre julho e setembro de 2017.
A socióloga Maria Gabriela Ponce, da UCAB, informou que entre os resultados do estudo observou-se que a pobreza extrema aumentou de 23,6 para 61,2% em quatro anos e quase 10% apenas entre 2016 e 2017.
Ponce exibiu um gráfico que mostra que em 2014 a pobreza extrema ficou em 23,6%, em 2015 em 49,9%, em 2016 em 51,5% e em 2017 em 61,2%.
Também mostrou que as famílias "não pobres" em 2014 representavam 51,6% dos consultados no estudo, em 2015 eram 27%, em 2016 o número caiu para 18,2% e em 2017 baixou para 13%.
Já o médico Marianella Herrera, da UCV, com uma pós-graduação em Nutrição Clínica no USB, disse que 64% dos entrevistados referiram que perderam uma média de 11 quilos no último ano por não ter acesso aos alimentos.
Herrera explicou que 61% dos entrevistados disseram ter "ido para a cama com fome" porque não tinham comida suficiente e 90% disseram que o seu rendimento "não é suficiente" para comprar os alimentos necessários.
LUSA