Esta é uma das mudanças do novo modelo de avaliação externa anunciado hoje pela equipa liderada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que garantiu que os exames nacionais do ensino secundário vão continuar a realizar-se em papel, mas a forma de avaliação será diferente.
“Não alterámos as regras dos exames nacionais porque não achámos que fosse justo estar a introduzir uma nova disrupção”, anunciou o ministro, garantindo que as novidades para o secundário terão como objetivo melhorar e tornar mais justa a avaliação, uma vez que estas provas servem de acesso ao Ensino Superior.
Assim, os exames nacionais vão continuar a ser feitos em papel, mas depois serão digitalizados e, em vez de os professores receberem um pacote de exames para avaliar, irão fazer a “avaliação por itens e não por provas”, reduzindo a injustiça de um aluno ter um avaliador mais ou menos exigente, explicou o ministro.
No próximo ano letivo, estas mudanças na avaliação serão testadas apenas na prova de Filosofia, sendo alargadas às restantes disciplinas no ano letivo seguinte (2025/2026), disse o secretário de estado Alexandre Homem Cristo, acrescentando que de fora deste modelo ficarão sempre disciplinas como Desenho A, uma vez que a classificação eletrónica não é adequada.
O ministro explicou que o facto de os professores avaliarem apenas um item permitirá também “avaliar a avaliação”: “Se houver um avaliador que tenha um padrão de avaliação muito diferente dos outros isso permite-nos identificar esse avaliador”.
Alexandre Fernandes acredita que com este modelo será mais fácil “identificar o viés” quando ele existe e, no limite, “poderá haver um contacto com o professor para que corrija o viés”.
A equipa do ministério sublinha estar apenas a “adotar boas práticas internacionais” que vão alterar a equidade com que os alunos são avaliados.
Também no 9.º ano haverá novidades. As provas nacionais de conclusão do ciclo de Português e Matemática continuam a valer 30% para a classificação final, mas os enunciados das provas vão deixar de ser divulgados, revelou o secretário de estado.
A ideia do ministério é desenhar uma prova com alguns itens repetidos que permitam comparar provas ao longo dos anos, explicou o secretário de estado, sublinhando que esta é uma prática comum em vários países e em avaliações internacionais, como o PISA.
O secretário de Estado garantiu que o facto de as provas não serem públicas não impedirá as famílias de pedirem a sua revisão, sendo certo que nunca terão acesso ao enunciado.
“No ano passado, apenas 0,15% dos alunos pediram revisão de prova no 9.º ano”, revelou, acrescentando que os alunos irão continuar a ter “todas as possibilidade de revisão”.
A prova de Português do 9.º ano será feita em formato digital, mas a de Matemática terá um formato hibrido: Será em digital, à exceção dos exercícios que exigem escrita matemática e que serão feitos em papel.
Lusa