A exceção foi o Distrito Capital (Caracas), que jurisdicionalmente conta com uma Câmara Metropolitana e não um governador e, como tal, os eleitores do chamado Município Libertador não participam nas regionais porque não elegem governadores.
Pelas 08:00 horas locais de hoje (13:30 horas em Lisboa) era visível a presença de dezenas de pessoas em fila para votar, em centros dos municípios de Chacao, Baruta, Sucre e El Hatillo, que fazem parte da Área Metropolitana, mas que jurisdicionalmente pertencem ao vizinho Estado de Miranda.
"Estava indecisa sobre votar ou não, mas como até agora nunca me abstive, decidi não fazê-lo agora", disse Ermelinda Correia à Agência Lusa.
Natural da Madeira e com 68 anos, esta doméstica que reside em Sucre, explicou que "é importante cumprir com os deveres e obrigações de cidadão", mas que está "profundamente dececionada com o baixo nível da política e dos políticos" locais.
"Todos, sem exceção, falam do povo, em nome do povo, mas não pensam no povo, apenas lutam pelo poder e prova disso está em que fazem negociações às escondidas, incumprem promessas, provocam crises e culpam-se entre eles pelas desgraças", disse.
Segundo esta portuguesa, uma outra prova do baixo nível da política venezuelana está "na falta de controlo da inflação, na escassez de produtos e de medicamentos, mas também em outras coisas como as falhas elétricas, as deficiências no abastecimento de água e o abandono das ruas que parecem para (veículos) rústicos".
Em Chacao, um venezuelano de 45 anos de idade, Luiz Marcano, referiu apenas estar muito confuso com as eleições e que estava um tanto desgostoso.
"Se não votamos cedemos espaço a outros partidos, se votamos não há certeza de que venham mudanças. (…) O Governo já sabemos o que é, e a oposição realizou, em julho, um plebiscito que não levou a nada", frisou.
Várias pessoas, venezuelanas e portuguesas, recusaram-se a fazer quaisquer comentários sobre a motivação da espera para votar.
LUSA