"O grande restauro consistiu na recuperação do painel de azulejos, para além de obras de conservação (pintura e carpintarias) ao nível dos acessos e espaços adjacentes à torre", explicou à Lusa o diretor do espaço, João Henrique Silva.
Depois destas obras, que decorreram entre maio e junho, a torre poderá ser visitável, já que o seu percurso não faz parte, neste momento, da oferta museológica, ou seja, não está integrada no roteiro de visita do museu, algo que o responsável assegura mudar em breve.
"Daqui a dias esse acesso será disponibilizado mediante bilhete próprio, até porque, oportunamente, as duas salas adjacentes à varanda serão aproveitadas para a realização de exposições temporárias e outras atividades da programação do museu", explicou.
As obras tiveram como objetivo promover a estabilidade física e química dos materiais constituintes dos painéis azulejares, travando os processos de degradação existentes e, do ponto de vista estético, a implementação de soluções em concordância com as suas características, localização e função e foram hoje inauguradas pelo bispo do Funchal.
"Este restauro vem qualificar e enriquecer a oferta que o museu disponibiliza ao público visitante, na sua imensa maioria constituído por turistas", afirma, recordando que "em 2016 o museu teve 16.500 visitantes, mais 3.000 que em 2015".
Na varanda pode-se observar o painel azulejar azul e branco, típico do período de produção das Oficinas de Lisboa do segundo quartel do século XVIII, surgindo aqui a representação alegórica das três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.
A torre-varanda-mirante, dotada normalmente de um monóculo, é um espaço arquitetónico típico dos palacetes urbanos madeirenses do século XVIII, destinado inicialmente à observação dos navios que entravam e saíam da baía do Funchal.
Inspirado nesta tipologia, a torre do edifício do MASF foi essencialmente um espaço vocacionado para o repouso e contemplação da paisagem, pelos bispos que por ali viveram até finais do séc. XIX.
Após a destruição do paço episcopal primitivo (séc. XVIII), pelo terremoto de 1748, esta torre foi erigida no novo edifício, em 1750.
LUSA