O Estádio da Luz, em Lisboa, o maior recinto desportivo português, com uma capacidade a rondar os 65 mil espetadores, o Estádio do Dragão, no Porto, e o Estádio José Alvalade, também na capital, ambos com aproximadamente 50 mil lugares, são os únicos recintos nacionais que correspondem às exigências da FIFA para acolher encontros de Mundiais, e que integram o projeto hoje aprovado unanimemente pelo Conselho do organismo que rege o futebol.
De acordo com os cadernos de encargos para a organizações de Campeonatos do Mundo, os estádios candidatos devem ter pelo menos 80 mil lugares para acolher finais e cerimónias de abertura, 60 mil para jogos a partir dos quartos de final e os restantes pelo menos 40 mil.
Além de pertencerem aos três ‘grandes’, estes palcos têm em comum serem herdeiros do Euro2004, a maior competição futebolística já organizada em Portugal, tendo sido construídos para acolher o torneio.
Nessa altura, o Dragão recebeu o jogo inaugural e a Luz a final – em ambos os casos embates entre Portugal e Grécia, com desfecho favorável para a seleção helénica –, enquanto Alvalade acolheu a meia-final entre a equipa das ‘quinas’ e os Países Baixos.
Além da final do Euro2004, Lisboa já acolheu outro jogo decisivo de uma competição mundial, o Campeonato do Mundo de sub-20, em 1991, no antigo Estádio da Luz, onde Portugal se sagrou bicampeão, ao vencer na final o Brasil (0-0, 4-2 nas grandes penalidades), com cerca de 120.000 espetadores nas bancadas.
Outros campeonatos foram organizados em Portugal, todos da alçada da UEFA e sem o mesmo peso, casos dos Europeus de sub-17, em 2003, e de sub-21, em 2006, bem como da fase final da primeira edição da Liga das Nações, ganha pela seleção das ‘quinas’ em 2019.
Sob a ‘tutela’ da UEFA foram várias as organizações em solo luso, com especial destaque para três finais de ‘Champions’ em 2013/14 (Atlético de Madrid-Real Madrid), em 2019/20 (Bayern Munique-Paris Saint-Germain) e em 2020/21 (Chelsea-Manchester City).
As duas primeiras finais desta ‘Champions’ decorreram no Estádio da Luz, a de 2019/20 com Portugal a receber todos os jogos a partir dos quartos de final em contexto da pandemia da covid-19, e a última foi disputada no Estádio do Dragão.
Ainda no modelo de Taça dos Clubes Campeões Europeus, a maior competição de clubes da UEFA e antecessora da atual Liga dos Campeões, também o Estádio Nacional, em Oeiras, recebeu a final de 1967, em que o Celtic bateu o Inter Milão (2-1).
Globalmente, ainda com uma final da Taça das Taças e duas da Taça UEFA, uma das quais quando se disputavam duas mãos, uma Supertaça Europeia, duas Taças Intercontinentais e um Torneio Internacional de juniores, Portugal teve 16 ‘finais’ no país.
O Mundial2030 tem a particularidade de dar a Portugal e Marrocos pela primeira vez jogos de um Mundial, enquanto a Espanha é uma repetente, depois de ter organizado a competição em 1982, na 24.ª edição que terá jogos em Uruguai, Argentina e Paraguai, como forma de celebrar o centenário do primeiro torneio disputado em solo uruguaio.
Esta vai ser a primeira vez que um Mundial vai ser repartido por seis países, depois de ser pela primeira vez jogado em três, em 2026, que tem como coanfitriões Canadá, México e Estados Unidos.
Até agora, a única organização conjunta foi protagonizada por Coreia do Sul e Japão, no Mundial2002.
A candidatura ibérica arrancou em outubro de 2020, tendo, dois anos depois e já depois da invasão russa, sido alargada à Ucrânia, que acabou por ser substituída por Marrocos, em março último.
Portugal estreia-se em Mundiais, depois de ter recebido o Euro2004, a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, enquanto Marrocos já acolheu a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988.
Lusa