De acordo com o jornal citado pela agência noticiosa espanhola EFE, os dois grupos que supostamente tentaram matar Volodymyr Zelensky eram formados por elementos da organização de mercenários russos Wagner e membros de um comando das forças paramilitares especiais chechenas.
As operações foram alegadamente neutralizadas por agentes dos próprios serviços de informações russos (FSB) contrários à invasão da Ucrânia.
O The Times cita uma fonte próxima dos mercenários russos, da empresa Wagner que já perdeu efetivos na Ucrânia, que admite ter sido "intrigante" o nível de capacidade de antecipação da equipa de segurança do presidente da Ucrânia.
Segundo as informações recolhidas pelo jornal, no sábado passado uma outra operação que visava assassinar Zelensky foi neutralizada nos arredores de Kiev pelas autoridades ucranianas, que disseram ao Times que os "assassinos chechenos foram eliminados" antes mesmo de conseguirem aproximar-se do Presidente ucraniano.
Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia revelou, entretanto, a canais de televisão ucranianos que "espiões russos tinham alertado (Kiev) sobre os planos de assassinato".
De acordo com as mesmas fontes, a informação que levou à morte dos elementos do comando checheno "partiu de agentes russos do FSB" que se opõem à invasão da Ucrânia pelas forças da Rússia.
"Posso dizer que recebemos informações do FSB, (de elementos) que não querem participar nesta guerra sangrenta", disse Danilov, acrescentando que em virtude das informações o grupo de elite Kadyrov (checheno) foi "destruído" depois de ter sido mandado "eliminar" o presidente da Ucrânia.
Por outro lado, os mercenários da empresa Wagner, que não conheciam a operação do comando checheno, encontravam-se há mais de seis semanas em Kiev em ações de vigilância das atividades de 24 objetivos ucranianos (altos funcionários ucranianos).
Segundo o Times, os mercenários aguardavam a chegada das forças especiais russas (Spetsnaz) que deviam garantir um corredor de fuga após o assassínio.
Uma fonte próxima dos mercenários, em Kiev, admite que os elementos do grupo Wagner tinham organizado uma outra tentativa de assassinato do presidente ucraniano antes do próximo fim de semana.
Moscovo não se pronunciou sobre a notícia do jornal britânico.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
Lusa