"Destacou-se no Comércio do Funchal, publicação madeirense com repercussão nacional, foi responsável pela criação da Revista do semanário Expresso e cofundou o Público, jornal do qual foi o primeiro diretor e que continua a ser uma das grandes referências da imprensa em Portugal", recorda em nota de imprensa.
José Manuel Rodrigues evidencia também as incursões do jornalista, nascido na Madeira, em projetos cinematográficos, que diz ter sido uma "paixão herdada do bisavô", o fotógrafo Vicente Gomes da Silva, que criou, no Funchal, em 1846, um dos primeiros estúdios fotográficos do país, atualmente transformado em museu.
O jornalista Vicente Jorge Silva morreu na madrugada de hoje, em Lisboa, aos 74 anos.
Natural do Funchal, onde nasceu em 08 de novembro de 1945, era um apaixonado por cinema, mas acabou por fazer carreira no jornalismo, tendo ainda sido deputado, uma experiência da qual não gostou.
Começou por escrever artigos sobre filmes na página "Foco", do Jornal da Madeira, tendo assumido mais tarde a direção do Comércio do Funchal, sido chefe de redação e diretor-adjunto do jornal Expresso e cofundador e primeiro diretor do jornal Público, iniciado em 1990.
Como realizador foi autor de vários filmes, o último do quais, Porto Santo (1997), foi exibido no Festival Internacional de Genebra.
A sua morte motivou reações de pesar de várias entidades na Madeira, como a Câmara Municipal do Funchal, a direção regional do Sindicato dos Jornalistas e o Partido Socialista, além do presidente da Assembleia Legislativa.
A autarquia funchalense expressa o seu "mais profundo pesar" pelo falecimento de uma "figura maior do jornalismo português", sublinhando que o "pensamento crítico" em Portugal fica "mais pobre".
A Direção da Madeira do Sindicato dos Jornalistas lamenta a morte do jornalista madeirense e realça que Vicente Jorge Silva esteve "ligado intimamente" à história do jornalismo em Portugal e a vários órgãos de referência.
O PS-Madeira emitiu um voto de pesar e de condolências à família do jornalista, no qual afirma que Vicente Jorge Silva foi uma das "figuras mais carismáticas" do jornalismo português.