“Na opinião dos empresários e gestores de topo das empresas 48% consideram que o PRR não terá significado para a atividade da sua empresa” e “apenas 17% consideram que pode ser significativo (12%) ou muito significativo (5%)”, enquanto 35% dizem que terá "mais ou menos" impacto, indicam os resultados.
O inquérito, realizado no âmbito do projeto “Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, contou com uma amostra de 618 empresas, das quais 4% grandes empresas.
O vice-presidente da CIP, Óscar Gaspar, realçou o facto de o estudo concluir que “cerca de metade das empresas” consideram que “a bazuca europeia não terá efeito”, mas por outro lado disse esperar que ainda seja possível “alterar algumas componentes do PRR” para que a situação mude.
Óscar Gaspar defendeu que os planos europeus devem ser “rapidamente aprovados” sublinhando ser “difícil de compreender” como é que, um ano após o início da pandemia de covid-19, “a Europa continua a marcar passo” na recuperação económica.
Para o vice-presidente da CIP, as alterações anunciadas recentemente ao PRR pelo Governo não preveem “alterações profundas” ao plano, embora Óscar Gaspar destaque como “positivo” o facto de se registar, tanto no PRR como no Programa de Estabilidade (PE), “um relevo maior dado ao Banco Português de Fomento”.
Agora, salientou Óscar Gaspar, há que “passar da letra das intenções para a realidade”.
O PRR terá 7.700 milhões de euros de apoios dedicados às empresas, de acordo com o PE aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e entregue à Assembleia da República (AR).
Segundo o documento, estão previstos 5.000 milhões de euros de apoios diretos às empresas e 2.700 milhões de apoios indiretos, a executar até 2026, no âmbito do PRR.