“Já pagámos o adiantamento do mecanismo COVAX e temos os recursos completos para atender este compromisso”, anunciou a vice-presidente da Venezuela, durante uma conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal venezuelana.
Delcy Rodríguez explicou que o Governo venezuelano está “comprometido em acelerar os processos de vacinação, apesar da produção de vacinas a nível mundial ter um ritmo diferente das necessidades que está projetando a pandemia, as suas variantes e mutações”.
Segundo a governante, o pagamento foi possível através de gestões diplomáticas e jurídicas e foi feito pelo valor de 59,2 milhões de francos suíços (53,8 milhões de euros), mais de 50% dos quase 120 milhões de dólares (100,83 milhões de euros) do compromisso total assumido por 11.374.300 doses de vacinas contra a Covid-19.
“Este pagamento faz parte dos recursos para garantir a vacinação de 20% da população venezuelana”, disse.
A vice-presidente da Venezuela agradeceu ao Covax, à Organização Mundial da Saúde e à Organização Pan-americana da Saúde por ajudarem o país a conseguir as vacinas contra a Covid-19, apesar do bloqueio de ativos e sanções internacionais impostas pelos EUA contra Caracas.
Por outro lado, acusou o líder opositor, Juan Guaidó de “se dedicar a evitar que o Governo nacional aceda aos seus recursos para ajudar o país”.
Segundo Delcy Rodríguez, a Venezuela passou ao formato de compromisso opcional, pelo que as autoridades locais terão a possibilidade de eleger quais vacinas receberá o país.
Por outro lado, precisou que 77% dos profissionais venezuelanos da área da saúde foram imunizados e que está em curso o processo de vacinação de pessoas idosas, com a vacina russa Sputnik V.
Segundo a imprensa local, a vacinação de cidadãos com mais de 60 anos começou na última quinta-feira, e a convocatória foi feita através da plataforma Sistema Pátria, promovida pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo).
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 172.461 casos de Covid-19. Há ainda 1.739 mortes associadas ao novo Coronavírus, desde o início da pandemia.
O país recebeu meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm e 150 mil doses da vacina russa Sputnik V.
Há várias semanas que profissionais da saúde, ONGs e, mais recentemente, a Igreja Católica local apelam ao Governo venezuelano para comprar vacinas suficientes para imunizar a população, de maneira urgente, perante o aumento de casos e mortes registadas desde março.
De acordo com a Academia de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais para pessoal prioritário.