As vacinas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) chegaram ao aeroporto internacional Simón Bolívar de Maiquetía (25 quilómetros a norte de Caracas) e foram recebidas por autoridades do Ministério da Saúde da Venezuela e da OPS, “encontrando-se em ‘resguardo’ (segurança) para distribuição posterior”.
A OPS explica, em comunicado, que as vacinas foram adquiridas através do seu fundo rotativo, com recursos próprios da Venezuela “e constituem o primeiro lote de um total de 12.068.000 doses de vacinas” para “imunizar aproximadamente 20% da população total do país”.
O documento sublinha que “a OPS, a Unicef e outros parceiros” acompanharam o Ministério da Saúde da Venezuela “no processo de planeamento técnico para a introdução das vacinas, que incluiu a definição de populações prioritárias, as estratégias de vacinação, e o acompanhamento dos aspetos logísticos”.
“Foram também reunidos esforços para a utilização de recursos da Venezuela no estrangeiro, a fim de garantir a cadeia de frio e conservação adequada das vacinas, desde os armazéns de refrigeração até aos pontos de vacinação a nível local”.
Além disso, esses recurso serviram também “para a aquisição de seringas e outros suprimentos necessários, como ‘kits’ de proteção para o pessoal que participa em atividades operacionais de vacinação”, explica.
A OPS diz ainda que está a prestar apoio “à formação e mobilização de vacinadores para comunidades de difícil acesso, ao reforço dos sistemas de informação e comunicação, à implementação de um sistema de vigilância de eventos pós-vacinação, e ao desenho de planos de monitorização e para a comunicação de riscos”.
“Esta primeira entrega consiste em vacinas produzidas pelo laboratório Sinovac Biotech, incluídas na lista de utilização de emergência da OMS. Isto significa que foram avaliadas quanto à qualidade, segurança, e que cumprem as normas internacionais de segurança, eficácia e fabrico”, conclui.
Segunda-feira, a embaixada da Rússia em Caracas, confirmou, em comunicado, a chegada de um lote de vacinas Sputnik-V à Venezuela, que, segundo a imprensa local, estavam escassas o que levou alguns cidadãos com mais de 60 anos de idade a ficar à espera para completar o processo de imunização contra a covid-19.
No domingo, o Presidente Nicolás Maduro, anunciou que a Venezuela iria receber, nos próximos dias, “as primeiras vacinas do mecanismo Covax”, prevendo que até outubro sejam recebidos “mais de seis milhões” de doses para imunizar a população.
Em 08 de julho, o Covax anunciou que tinha recebido 120 milhões de dólares (101,3 milhões de euros) para o envio de 11,3 milhões de doses de vacinas para a Venezuela.
O anúncio teve lugar depois de Caracas denunciar, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que as sanções impostas pelos EUA estavam a impedir a chegada de vacinas contra a covid-19, afetando o programa de imunização da população.
Em 01 de setembro, a OPS anunciou que mais de 3,3 milhões de venezuelanos completaram o processo de imunização contra a covid-19, com duas doses das vacinas Sinopharm, Sputnik e da candidata a vacina cubana Abda.
Segundo a OPA, a Venezuela “administrou” 9.342.817 doses a 3.326.547 pessoas.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 4.115 mortes e 341.314 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
A covid-19 provocou pelo menos 4.574.225 mortes em todo o mundo, entre mais de 221,13 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.