"A Conferência Episcopal Venezuelana quis enaltecer o nosso trabalho, convidando-nos para uma celebração eucarística e, depois, numa reunião de trabalho, tendo em vista aperfeiçoar a nossa rede de contactos com os portugueses, disponibilizou-se para trabalhar conjuntamente com as autoridades lusas na identificação e no apoio a cidadãos portugueses e lusodescendentes com necessidades", disse José Luís Carneiro.
O governante falava à agência Lusa ao finalizar uma visita de três dias à Venezuela, onde se reuniu também com portugueses nas cidades de Caracas, Maracay e Valência.
José Luís Cardoso destacou ainda que "o importante encontro" com a Conferência Episcopal permitiu também "conhecer uma parte significativa de párocos que têm origens portuguesas".
Sobre a visita, o secretário de Estado fez um balanço "bastante positivo", porque visitou os locais onde decorrem as consultas médicas, se prescrevem medicamentos e exames de diagnóstico.
Para José Luís Carneiro, “esta nova experiência de rede médica constituída em parceria da embaixada com o movimento associativo português está a produzir bons resultados".
"São já várias centenas de portugueses consultados e o mecanismo de envio de medicamentos, que anda na ordem dos 15 dias, entre a saída dos pedidos e a chegada das remessas, está a ter resultados muito bem reconhecidos por portugueses e lusodescendentes", frisou.
O governante considerou, também, que o movimento associativo "reconhece o esforço desenvolvido pelo Governo português e fez questão de o assinalar, reconhecendo o papel do embaixador Carlos de Sousa Amaro, dos consulados-gerais, dos consulados honorários e predispôs-se” a apoiar “no reforço da rede de apoio médico que vai ter desenvolvimentos num futuro próximo, no sentido do seu alargamento".
A deslocação à Venezuela teve ainda como propósito as comemorações locais do Dia de Portugal.
"Pude encontrar-me com deputados lusodescendentes que integram a Assembleia Nacional [maioritariamente da oposição] e transmitir-lhes a preocupação fundamental do Estado português de garantir que o impasse político possa ser ultrapassado com a realização de eleições livres, democráticas, com o escrutínio da comunidade internacional", frisou.
Segundo o secretário de Estado, os portugueses "entendem que esse é o caminho que deve ser seguido e estão muito reconhecidos pelo facto de sentirem que o Estado português é hoje um elemento ativo na comunidade internacional, na defesa desta solução".
"E reconhecem o esforço do senhor ministro dos Negócios Estrangeiros [Augusto Santos Silva], do papel determinante que tem tido na procura de uma solução pacífica, para o impasse político que se vive na Venezuela", disse.
José Luís Carneiro acrescentou que "a comunidade portuguesa vê na solução do impasse político o caminho para a recuperação económica do país e das condições sociais, porque aqui querem continuar a viver".
No entanto, disse ter encontrado alguns portugueses que estão a regressar e a investir em Portugal, "mas a esmagadora maioria quer manter-se na Venezuela e tem a expetativa de que o país vai conseguir vencer este impasse político de forma pacífica e democrática".
C/ LUSA