As duas explosões, aparentemente provocadas por ‘drones’ (veículo aéreo não tripulado), que obrigaram Maduro a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), foram reivindicadas pelo Movimento Soldados de Flanelas (MSF), um misterioso grupo rebelde.
Madrid condenou hoje o suposto ataque a Maduro, sublinhando que a crise vivida na Venezuela “exige uma saída pacífica, democrática e negociada entre os venezuelanos”.
O executivo espanhol assinala condenar “a utilização de qualquer tipo de violência com fins políticos” e expressa os votos de “rápida recuperação” dos feridos.
Também a diplomacia russa considera “inaceitável a utilização de métodos terroristas como instrumentos de luta política” e se declara convencida de que “a superação das divergências políticas só pode ser alcançada através de meios pacíficos e democráticos”.
A Turquia condena igualmente o atentado, que classifica de “abominável” e garante que Ancara “estará ao lado” do presidente da Venezuela e do povo venezuelano.
De Cuba, o presidente Miguel Diaz-Canel e o líder do Partido Comunista, Raul Castro, expressaram a “sua inteira solidariedade e o seu apoio sem reservas ao presidente Maduro, ao governo e à União Cívico Militar do Povo Bolivariano e Chavista”.
No mesmo sentido, o presidente salvadorenho, Salvador Sánchez Cerén, condenou “energicamente” o alegado atentado contra Maduro e exprimiu “total solidariedade com o governo da Venezuela”.
O presidente da Venezuela acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de ter ordenado o ataque, tendo a presidência da Colômbia refutado a alegação.
"Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado", declarou Maduro durante uma transmissão televisiva ao país no sábado.
"Isso não tem base, o presidente está empenhado no batismo da sua neta Celeste e não em derrubar governos estrangeiros", disse uma fonte da presidência da Colômbia aos jornalistas.
O incidente ocorre numa altura em que a Venezuela vive uma situação social e política particularmente tensa, com uma penúria generalizada no país.
A inflação pode atingir os 1.000.000% no final de 2018, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto o produto interno bruto (PIB) pode cair 18%.
LUSA