Mais de treze milhões de venezuelanos assinaram ontem um manifesto que será levado ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, contra as sanções e o bloqueio dos Estados Unidos contra o país.
"Temos mais de 13 milhões de assinaturas, apenas na pátria venezuelana", disse o ministro venezuelano da Comunicação e Informação.
Jorge Rodríguez falava aos jornalistas, em Caracas, no âmbito da primeira jornada mundial de protesto contra o Presidente dos EUA, Donald Trump, que juntou milhares de venezuelanos em várias regiões do país, principalmente em Caracas, Miranda, Lara, Portuguesa, Sucre e Mérida.
Vestidos de vermelho (a cor da revolução), os venezuelanos marcharam gritando frases como "Trump tira as mãos da Venezuela" e exibiram cartazes com mensagens como "Não Mais Trump" e "Trump, desbloqueia a Venezuela".
O manifesto tem como propósito exigir o fim do bloqueio por parte dos Estados Unidos e "respeito pela soberania" da Venezuela, e será levado nos próximos dias à ONU, porque, segundo o ministro, a Venezuela tem direito a um futuro, ao respeito à sua autodeterminação e a construir o seu próprio modelo económico, político, social e cultural.
"Vamos dizer ao sistema (da ONU) que a Venezuela está de pé, é independente e é soberana", frisou.
Em 05 de agosto, os Estados Unidos anunciaram o congelamento de todos os ativos do Governo venezuelano, uma decisão anunciada pela Casa Branca e que traduz uma escalada das tensões com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A proibição aos norte-americanos de efetuarem quaisquer negócios com o Governo da Venezuela também entrou em vigor imediatamente.
Segundo o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, a decisão de Washington "põe em risco os processos petrolíferos da Venezuela", ao dificultar "a importação de partes e peças" e a obtenção de diluentes e o transporte internacional.
No entanto, Jorge Arreaza garantiu que a Venezuela continuará firme na construção de novos caminhos alternativos.
"Perante estes ataques já estamos preparados. Criámos caminhos alternativos porque não cederemos perante nenhuma situação", assegurou.
Por outro lado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou para hoje uma jornada mundial de protesto contra a decisão dos Estados Unidos de congelar todos os ativos do Governo venezuelano em território norte-americano.
Em 2017, a Venezuela tinha 31,98 milhões de habitantes.
Pelo menos quatro milhões de venezuelanos abandonaram o país desde 2005, fugindo da crise política, económica e social.
C/Lusa