Em declarações à agência Lusa, Aura Rodrigues adiantou que as dádivas em dinheiro “excederam as expectativas”, porque ascenderam a quase mil euros.
“A iniciativa correspondeu e foi superior às nossas expectativas na Madeira. Só temos a agradecer aos madeirenses, que estão a ser muito solidários, e nós estamos muito agradecidos”, declarou.
A responsável também expressou a sua gratidão ao apoio dado pelo novo bispo do Funchal, Nuno Brás, que se ofereceu para celebrar a missa pela paz na Venezuela no passado sábado, na igreja do Colégio no Funchal.
Aura Rodrigues mencionou que ainda falta contabilizar os donativos arrecadados na igreja de S. Jorge, concelho de Santana, no norte da ilha da Madeira, e no Loreto (Calheta), na zona oeste, já que, a pedido dos párocos, as caixas de recolha vão permanecer nos locais mais uma semana.
“E a recolha continua, as pessoas que queiram ajudar podem dirigir-se a qualquer dos 22 centros – como a igreja da Sagrada Família, no Funchal – espalhados pela ilha para entregar os alimentos ou medicamentos para enviarmos para a Venezuela”, indicou.
A representante mencionou que os mealheiros utilizados pela Venexos ainda estão por abrir, porque “têm muito pouquinho”.
A Venexos é uma organização não-governamental que surgiu em Lisboa em 2016 e está integrada no programa de ajuda humanitária reconhecido pela US Aid, com sede nos Estados Unidos da América.
Todos os seus integrantes são venezuelanos e alguns têm a dupla nacionalidade. Estão divididos em cinco núcleos: Lisboa, Faro, Aveiro, Funchal e Porto.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou mais de 40 mortos e cerca de mil detenções, incluindo menores, de acordo com várias organizações não-governamentais e o parlamento venezuelano.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
LUSA