Ao início da tarde, um grupo de ativistas ergueu uma placa, com 16 metros de comprimento e quatro de altura, com o lema ‘A FIFA mata. Campeonato do Mundo 2022: 6.500 mortos’, durante alguns minutos na Pont des Arts, uma das mais famosas pontes sobre o rio Sena.
A iniciativa foi atribuída ao grupo francês ‘Les Dégommeuses’, que se apresenta como uma equipa de futebol composta sobretudo por lésbicas e transexuais que têm como objetivo lutar contra as discriminações no desporto, e no futebol em particular.
Depois, os grupos ‘Le noise qui court’, "Carton rouge Qatar" e ‘Fridays for future’ foram à Praça da República de Paris e escalaram a estátua feminina que simboliza a República Francesa, vestindo-a com uma camisa com a frase ‘Qatar está cheio de morte’, colocando na base da estátua uma tarja multicolorida, em homenagem aos coletivos LGBTQ+.
Na mesma zona foram colocadas várias bolas de futebol pintadas, que pretendem invocar as vidas perdidas na construção das instalações que recebem o Mundial2022, com os ativistas a exibirem cartões vermelhos em protesto contra o evento da FIFA.
Desde que foi escolhido pela FIFA para organizar o evento, em 2010, o Qatar tem sido alvo de fortes críticas, que se intensificaram à medida que se aproximou o início do evento, em particular sobre os direitos dos trabalhadores migrantes ou pessoas LGBTQ+.
No sábado, o líder da entidade que rege o futebol mundial, Gianni Infantino, condenou a "hipocrisia" das críticas ocidentais ao Mundial2022, principalmente em nome dos direitos humanos, elogiando antes os "avanços" alcançados pelo país nessa área nos últimos anos.
O Mundial2022 arrancou hoje em Doha, com o jogo entre o anfitriã Qatar e o Equador, para o Grupo A, e prolonga-se até 18 de dezembro.
Lusa