A sexta ronda do estudo COSI Portugal, sistema de vigilância nutricional infantil integrado no estudo Childhood Obesity Surveillance Initiative da Organização Mundial da Saúde/Europa, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), foi realizado no ano letivo de 2021/2022 e avaliou 6.205 crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico, entre os 6 e os 8 anos.
O estudo verificou que, entre 2019 e 2022, o consumo diário de fruta aumentou de 63,1% para 71,2% e o consumo até três vezes por semana de refrigerantes açucarados diminuiu de 71,3% para 69,1%.
Também o consumo de cereais de pequeno-almoço até três vezes por semana subiu de 41,5% para 45,8%, tendo igualmente aumentado o consumo diário destes cereais, de 19,3% para 23,7%.
Segundo o inquérito, 81% das crianças tomam o pequeno-almoço diariamente, tendo-se verificado uma percentagem ligeiramente inferior no Alentejo (75,%), Madeira (78,8%) e Centro (80,1%), contrariamente à região de Lisboa e Vale do Tejo (83,2%).
Em 2022, as crianças portuguesas dos seis aos oito anos disseram consumir diariamente preferencialmente leite magro (67%) ou meio gordo (4,5%). O consumo diário de iogurtes, sobremesas lácteas ou outros produtos lácteos foi de 25,2%, o consumo de queijo de 11,5%, e carne foi consumida diariamente mais frequentemente (32,3%) do que peixe (20,6%).
Relativamente ao consumo de hortofrutícolas, o consumo diário de fruta foi mais frequente (71,2%) do que de legumes (69%).
Na ronda 2021/2022 foi averiguado pela primeira vez o consumo de porções de fruta fresca e/ou legumes pelas crianças, concluindo-se que 55,5% consome uma a duas porções diárias e apenas 7,2% ingere cinco ou mais porções por dia, sendo as regiões dos Açores e do Algarve as que apresentam as menores percentagens.
Quando analisado o ambiente escolar, em comparação com o estudo anterior (2019), verificou-se uma diminuição da disponibilidade de alimentos como ‘snacks’ doces e salgados (de 11,1% para 5,7%), refrigerantes açucarados, sumos de fruta e bebidas com gás açucaradas dentro do recinto escolar (de 4% para 1%). Pelo contrário, verificou-se um aumento da disponibilidade de legumes (de 32,4% para 43,9%) e fruta fresca (de 62,2% para 72,2%).
Outros resultados do estudo apontam que 69,2% das crianças iam de automóvel para a escola e 20,3% deslocava-se a pé, tendo o mesmo cenário sido verificado no regresso a casa (65,2% e 22,1%, respetivamente). A duração média da deslocação de casa até à escola é de oito minutos e de escola a casa é de nove minutos, sendo que 59,2% não considerava o caminho seguro.
De 2019 para 2022, todos os parâmetros estudados relativamente às atividades sedentárias registaram um aumento de entre 2,2 pontos percentuais e 9,3 pontos percentuais%, com o maior aumento verificado no uso de computadores para jogos eletrónicos (dias da semana), pelo menos duas horas por dia, de 18,1% para 27,4% entre os dois períodos.
Segundo o estudo, 45,5% das crianças praticam uma a três horas semanais de exercício físico em clubes desportivos, sendo que as maiores percentagens encontram-se nas regiões do Norte (48,0%) e de Lisboa e Vale do Tejo, (46,4%).
A nível nacional, observou-se que a grande maioria das crianças (98,3%) dormia mais de nove horas por dia e 80,5% dedicavam até uma hora por dia a realizar trabalhos de casa ou para a leitura, sendo que 25,4% destas passam cerca de duas horas por dia.
Lusa