“Durante o primeiro dia de mobilização parcial, cerca de 10.000 cidadãos deslocaram-se por si próprios aos comissariados militares, sem esperar pela sua convocação”, assegurou Vladimir Tsimlianski, um porta-voz do estado-maior russo, citado pela agência noticiosa Interfax.
Imagens difundidas nas redes sociais indicavam apresentar uma mobilização na localidade da província de Sakha (Iakutia), na Sibéria, com homens a abraçarem os seus próximos antes de entrarem num autocarro.
Noutras imagens publicadas pela popular aplicação Telegram Mash, via-se uma fila de homens, durante a noite, junto a um avião de transporte de tropas estacionado na pista.
Um vídeo apresentado como filmado na Chechénia, república russa do Cáucaso, mostrava dezenas de homens jovens a marchar na rua, enquadrados por polícias.
O Ministério da Defesa não divulgou qualquer imagem oficial da mobilização e não forneceu dados sobre o número de pessoas que receberam uma convocatória para se deslocarem às instalações militares.
Na quarta-feira, Vladimir Putin anunciou uma “mobilização parcial” que deverá abranger cerca de 300.000 reservistas com “experiência militar”.
Mais de 1.300 pessoas foram detidas em toda a Rússia na quarta-feira no decurso de ações de protesto contra a mobilização.
Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.