O Presidente dos EUA, Donald Trump, foi ontem brando nas críticas à primeira-ministra britânica, com quem se reuniu no segundo dia da visita de Estado ao Reino Unido, mas mesmo assim disse que teria negociado de forma diferente o Brexit.
"Eu gostei muito de trabalhar consigo. Você é uma grande profissional e uma pessoa que ama muito o seu país", elogiou Trump, dirigindo-se a Theresa May, numa conferência de imprensa conjunta em Londres, onde se encontra desde segunda-feira.
Porém, não resistiu e disse que, no lugar dela, teria "processado" a União Europeia para forçar a saída do Reino Unido, adiada da data prevista de 29 de março devido ao impasse existente no Parlamento sobre o acordo negociado com Bruxelas.
"Mas nunca se sabe. Ela é provavelmente uma melhor negociadora do que eu", ironizou.
A primeira-ministra britânica, que deverá formalizar a demissão de líder do partido Conservador na sexta-feira, abrindo caminho também para a sua sucessão à frente do governo, reiterou ser do interesse do país sair da UE com um acordo.
"Obviamente, caberá a quem me suceder como primeiro-ministro levar este processo para a frente", vincou.
Sobre este tema, Donald Trump, mais uma vez, ignorou a tradição de líderes estrangeiros não comentarem política interna dos outros países e enalteceu o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, bem como o atual chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, ambos candidatos a primeiro-ministro.
"Eu conheço o Boris. Eu gosto dele. Eu gosto dele há muito tempo, acho que ele faz um ótimo trabalho. Eu conheço o Jeremy, acho que ele faz um ótimo trabalho", afirmou, alegando não conhecer o ministro do Ambiente, Michael Gove, apesar de este o ter entrevistado para o jornal The Times pouco depois de ter sido eleito Presidente dos EUA.
Trump revelou também ter recusado uma reunião com o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, o qual participou o discursou numa manifestação popular com milhares de pessoas perto do local da conferência de imprensa.
A conferência de imprensa com Theresa May aconteceu no segundo dia de uma visita de Estado do presidente norte-americano ao Reino Unido, que hoje começou por um pequeno-almoço com empresários dos dois países.
À noite, o chefe de Estado ofereceu um jantar de agradecimento na residência do Embaixador dos EUA, no qual o príncipe Carlos participou em nome da rainha.
Esta quarta-feira, Trump, a rainha o príncipe Carlos e outros chefes de Estado ou de Governo participam num evento comemorativo em Portsmouth, no sul de Inglaterra do 75.º aniversário do desembarque do Dia D das forças aliadas que contribuiu para a derrota da invasão nazi na II Guerra Mundial.
LUSA