"O propósito é demonstrar que as torturas, um crime contra a humanidade, não param, antes pelo contrário, acentuam-se", disse à agência de notícias espanhola Efe, em Praga, a diretora executiva do CASLA, Tamara Suju, que enviou a queixa.
"Os casos destas 38 novas vítimas entraram no TPI garantindo a confidencialidade dos nomes", explicou a diretora, que salientou ainda que a tortura converteu-se em prática corrente na Venezuela "para obter confissões e para as vítimas acusarem dirigentes da oposição, civis ou militares, de ações supostamente subversivas".
A advogada venezuelana, nas declarações à Efe em Praga, disse ainda que a repressão contra os opositores do Presidente, Nicolas Maduro, estendeu-se às famílias.
"Vão à procura das mulheres, dos filhos, e levam-nos detidos" quando não conseguem encontrar os opositores, e inclusivamente "estão a perseguir os advogados que levam os casos dos militares à justiça".
Nas denúncias, Tamara Suju apontou o dedo à Divisão Geral de Contra Informação Militar, dirigida pelo coronel José Franco Quintero, como o organismo de segurança responsável pela maioria das torturas.
Entre as práticas denunciadas está a asfixia com sacos de plástico, a aplicação de choques elétricos, o afogamento, golpes e pontapés em todo o corpo e um caso de tortura sexual com violação.
LUSA