Alberto Lário foi detido no início da tarde de terça-feira na pista do Parque dos Continuadores por três oficiais, um dos quais do Serviço de Migração de Moçambique, que alegaram existirem irregularidades na sua documentação.
“Eles alegam que é uma questão relacionada com o meu documento de autorização de residência (DIRE), mas eu tenho um pedido para aquisição de nacionalidade pendente há mais de seis anos”, explicou o treinador, por telefone, a partir do posto policial.
Segundo Alberto Lário, o caso já está a ser debatido a nível ministerial, mas caso não se resolva em definitivo diz que vai abandonar o país.
“Se isto não ficar resolvido definitivamente, eu vou-me embora. O que mais pode ser feito”, questionou o técnico, observando que teme apenas por ter de abandonar o trabalho que tem estado a desenvolver com jovens atletas moçambicanos há anos.
“Ficamos todos chocados quando o detiveram e, se a ideia deles é deportá-lo para Portugal, isso vai ser muito mau para o atletismo moçambicano”, declarou à Lusa um atleta que já trabalhou com o treinador.
Alberto Lário, que nasceu em Moçambique e vive no país há vários anos, conseguiu o marco de colocar Verónica José entre as seis melhores atletas mundiais em juniores femininos, numa aposta que contou com o apoio da Associação Portuguesa (AP) de Moçambique.
O campeonato mundial em Cali, Colômbia, marcado para agosto, será a primeira grande competição internacional da corredora nos 1.500 metros, que bateu o tempo de 4.29 minutos em Braga, e tem vindo a melhorar a prestação.
“Eu falei com a Verónica, ela tem de continuar, independentemente do que acontecer. Não só ela, como todos outros atletas com os quais trabalho”, declarou Alberto Lario.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter um esclarecimento dos Serviços de Migração de Moçambique.
Lusa