“Todos os dias vejo imagens terríveis da Ucrânia na TV, e parece-me tão errado ficar sentado no sofá e aceitar isto. […] Quero fazer o meu pequeno papel e ajudar, e por isso vou doar a minha medalha olímpica para angariar fundos para a Wir Helfen Kindern”, uma instituição alemã de apoio a crianças, explicou o antigo ciclista na rede social Instagram.
A Wir Helfen Kindern tem em curso uma campanha de apoio à Ucrânia, pelo que as verbas conseguidas pelo leilão pela prata olímpica do alemão, um especialista do ‘crono’, será depois convertido em ajuda humanitária.
“Separar-me do maior troféu que consegui ganhar na carreira não foi fácil, mas considerando que milhões de pessoas perderam quase tudo, é algo que quero mesmo fazer. Espero, do fundo do coração, que o povo ucraniano possa ter de volta a sua paz e liberdade”, acrescentou.
Tony Martin, de 36 anos, foi um dos maiores especialistas de sempre no contrarrelógio, tendo conquistado quatro títulos mundiais da especialidade (2011, 2012, 2013 e 2016), um recorde que partilha com o suíço Fabian Cancellara.
O alemão, que venceu a Volta ao Algarve em 2011 e 2013, venceu cinco etapas da Volta a França, onde chegou a vestir de amarelo (2015), duas etapas na Vuelta e 10 títulos nacionais de contrarrelógio, entre muitas outras vitórias, antes de retirar-se no final da temporada passada.
No vasto palmarés do ‘Panzerwagen’ ficou a faltar o ouro olímpico na luta contra o cronómetro, com a prata de Londres2012 a figurar como o seu melhor resultado.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou que matou pelo menos 1.081 civis, incluindo 93 crianças, e feriu 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,8 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa