A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu hoje uma evolução da posição europeia sobre o Brexit, em prol de um acordo que evite o estabelecimento de fronteiras com a Irlanda do Norte.
Na sua primeira visita à fronteira com a República da Irlanda desde o referendo de 2016, que deu a vitória ao Brexit, Theresa May afirmou, em Belfast, que a União Europeia tem a responsabilidade de “responder agora” à proposta de divórcio.
Theresa May recordou o acordo alcançado com Bruxelas em dezembro, em que se firma o compromisso de manter a Irlanda do Norte alinhada com algumas normas da união aduaneira e do mercado único para evitar o restabelecimento de uma barreira estrita, essencial para a economia do Reino Unido e o processo de paz com a Irlanda.
“Enquanto negociamos a saída da UE, a minha prioridade absoluta é proteger e reforçar a nossa valiosa união, assegurando que o acordo que alcançarmos seja bom para todas as partes do Reino Unido”, declarou May.
O Conselho de Assuntos Gerais da UE realiza hoje um encontro na capital da Bélgica para abordar o Brexit e avaliar de forma conjunta o Livro Branco, intitulado “A futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia”.
May apresentou o documento no passado dia 6 de julho, de que resultou a demissão de dois dos seus ministros, incluindo o dos Negócios Estrangeiros, além de outros funcionários do governo, devido à proposta de criação de uma área de comércio livre britânico-comunitário, considerado inaceitável pelos defensores do chamado ‘Brexit’ duro ou a rutura total com a UE.
As divisões no parlamento britânico, que esta semana aprovou emendas ao Livro Branco, têm debilitado a posição de May, que também depende do Partido Democrático Unionista (DUP), maioritário entre a comunidade protestante da Irlanda do Norte.
O DUP também não quer a restauração de uma fronteira dura na Irlanda do Norte, mas rejeita uma barreira no Mar da Irlanda, porque entende que isso colocaria em risco a sua relação com o resto do Reino Unido.
O Reino Unido vai deixar a União Europeia em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do Brexit.
LUSA