O número combina a realização de testes moleculares (PCR) com os testes rápidos de antigénio realizados no território nacional, em que a taxa de positividade foi de 2,3% e de 0,3%, respetivamente.
“O objeto é a promoção da testagem massiva e sistemática da população, mas pretende-se que essa testagem seja feita com base em critérios objetivos e claros e que essa ação seja adequada ao contexto em que se insere”, frisou Ricardo Mexia, realçando a importância do “modelo participativo” deste processo, ao incluir na operacionalização o setor público, o setor social e o setor privado.
“As linhas estratégicas deverão passar por uma análise epidemiológica, ou seja, o acompanhamento permanente em função da maior incidência e dos contextos em que possa acontecer, seja do ponto de vista das áreas de atividade, seja do ponto de vista geográfico”, sublinhou.
Sem esquecer as questões de testagem relacionadas com profissionais com um maior grau de exposição ao vírus, populações mais vulneráveis e elementos de serviços essenciais, Ricardo Mexia destacou que "os critérios serão dinâmicos” e apontou como uma das prioridades da estratégia a “necessidade premente de um sistema de notificação ágil e o mais abrangente possível”.
“Deve ser simplificada, encontrando as soluções que o permitam fazer de forma ágil, seja através de plataformas web ou aplicações. E tem de haver uma forte ligação à capacidade de resposta, conexa com a vigilância epidemiológica”, “afirmou o médico, que integra o grupo interno do Instituto Ricardo Jorge (INSA) que colabora no âmbito do plano de operacionalização da estratégia de testagem em Portugal.
Numa intervenção realizada na reunião do Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, Ricardo Mexia lembrou ainda que os “testes não se substituem uns aos outros” e alertou para a importância de uma “complementaridade” entre testes moleculares (PCR) e testes rápidos de antigénio.
“É fundamental que haja uma manutenção da realização de testes ‘gold standard’, os testes por PCR, de forma a ter uma boa perceção das variantes de interesse que possam eventualmente circular”, explicou, notando “uma certa estabilização dos testes PCR e um aumento muito recente dos testes de antigénio” devido à testagem efetuada na reabertura das creches e escolas do primeiro ciclo do ensino básico.
Segundo os dados apresentados, foram feitos 82.425 testes em escolas e registados 81 casos positivos, ou seja, uma taxa de positividade de aproximadamente 0,1%. Já nas prisões realizaram-se 14.702 testes, dos quais 1.019 se revelaram positivos (6,9%). Quanto à presidência do Conselho de Ministros, apenas 25 dos 1.797 testes tiveram um resultado positivo (1,4%).
Finalmente, nos lares de idosos foram realizados 150.163 testes, com 2.627 a darem um resultado positivo (1,8%), enquanto na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) fizeram-se 58.609 testes e 2.652 (4,5%) confirmaram um diagnóstico positivo para a infeção pelo vírus SARS-CoV-2.
C/Lusa